O presidente Jair Bolsonaro recebeu o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, na transmissão ao vivo que realiza toda semana nas redes sociais. Participou também o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, o general Augusto Heleno.
Bolsonaro abriu a live falando das reuniões que manteve nesta quinta-feira (4) com líderes partidários em busca de apoio para aprovar a reforma da Previdência. Ele negou que o tema distribuição de cargos tenha sido tratado nos encontros com PRB, PSD, PSDB, DEM, PP e MDB. O governo busca consolidar uma base aliada no Congresso. "Tratamos de questões partidárias, governabilidade e nova Previdência", disse.
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"Eles têm o perfeito entendimento que querem colaborar não com o o governo, mas com o Brasil. Nada foi tratado sobre cargos, nem por parte deles nem da nossa parte. O Brasil está acima dos nossos interesses", completou o presidente.
Bolsonaro questionou ainda informação publicada pelo jornal Valor Econômico de que as reuniões com os partidos seriam gravadas. "Isso não existe. Jamais darei qualquer oportunidade para que seja quebrada a confiança entre nós [partidos]”, disse. “O Parlamento vai fazer sua parte não só na reforma da Previdência, como em todas as nossas reformas”, completou.
O presidente falou ainda na live da isenção de visto para turistas dos EUA, Canadá, Austrália e Japão - chamada por Moro de uma "política inteligente que aquece o turismo" - e da viagem que fez a Israel.
E disse que irá anunciar na próxima semana o 13º salário para as famílias que recebem Bolsa Família, cumprindo uma promessa de campanha. Segundo ele, o dinheiro virá do combate a fraude no programa.
"Se der errado, a culpa é dele"
Em clima descontraído, Bolsonaro mencionou a entrada do ministro da Justiça no Twitter, exibindo uma folha de papel com o contato de Moro na rede social escrito. "Se der errado, a culpa é dele [Bolsonaro]", brincou o ministro.
Segundo Moro, a ideia ao criar o perfil é de se "comunicar de uma maneira mais moderna, nas redes sociais". Ele afirmou que usará a plataforma principalmente para divulgar políticas públicas, e menos posições pessoais.
O perfil do ministro já tem cerca de 270 mil seguidores. Nele, Moro afirma que irá explicar "o projeto de lei anticrime, além das medidas executivas em andamento do ministério".
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Em sua participação na transmissão, Moro ainda falou sobre operações de combate à pornografia infantil e ao plantio de maconha, e sobre o pacote de leis anticrime no Congresso.
Disse que tem conversado muito com parlamentares e ido com frequência ao Congresso. Na próxima semana, afirmou que vai se reunir com os relatores da proposta na Câmara e no Senado. "Sinto uma grande receptividade, projetos estão andando" declarou Moro.
Ele afirmou que a expectativa é que o projeto seja votado após o término dos trabalho do comitê de estudo instituído na Câmara para unificar projeto apresentado pelo governo Bolsonaro com outro semelhante apresentado pelo então ministro da Justiça Alexandre de Moraes, atualmente ministro do Supremo Tribunal Federal. "A expectativa é que seja votado em breve tão logo o grupo encerre os trabalhos", disse Moro. O Senado também analisa o texto paralelamente para adiantar a discussão e acelerar a tramitação.
"O que sinto dos parlamentares é receptividade. Com a liderança do senhor e dos parlamentares vamos conseguir deliberar sobre esse projeto e deliberá-lo em tempo breve", disse Moro no vídeo.
Negócios com países árabes
Bolsonaro afirmou que o Brasil deve potencializar negócios com os países árabes na próxima semana. "Nós queremos ampliar negócios com o mundo todo, assim como Estados Unidos, estivemos no Chile, Israel, com a comunidade árabe também. Temos viagem marcada para a China no corrente ano, se deus quiser", disse durante a transmissão ao vivo.
O ministro Augusto Heleno deixou claro que o Brasil vai continuar a manter relações com a comunidade árabe.
"Está dentro da orientação do presidente, em termo de política externa, procurarmos países que podem trazer benefícios para o Brasil, sem entrar em características do país políticas-ideológicas. Isso não é levado em conta em política externa. Lógico que temos restrições a algumas aberrações, mas normalmente vamos continuar a manter relações comerciais principalmente com a comunidade árabe", disse Heleno.
O ministro também destacou que o Brasil tem interesse em manter a balança comercial com a comunidade árabe. "Eles são nossos parceiros economicamente e isso não vai ser afetado", declarou.