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O senador Sergio Moro (União Brasil-PR) discursou na tribuna do Senado sobre as ameaças que sofreu de uma facção criminosa.
O senador Sergio Moro (União Brasil-PR) discursou na tribuna do Senado sobre as ameaças que sofreu de uma facção criminosa.| Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado.

O senador Sergio Moro (União Brasil-PR) voltou a criticar, nesta quarta-feira (22), a declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) - de que o petista queria se vingar do agora ex-juiz quando estava preso na Polícia Federal, em Curitiba -, e pediu o apoio do governo federal ao projeto de lei que pretende tornar crime o planejamento de ataques por facções criminosas contra agentes públicos e autoridades.

Moro determinou a prisão do petista quando era o juiz titular da 13ª Vara Federal, na capital paranaense. "Quando o presidente fala que pretende se vingar, ele expõe a mim e a minha família, de certa maneira, a risco, porque ele incentiva comportamentos muitas vezes de mentes influenciáveis, que podem nos colocar numa situação vulnerável”, disse Moro durante a sessão plenária do Senado.

O senador afirmou que gostaria de um "gesto" por parte do Executivo para superar o episódio da declaração feita pelo presidente. "Gostaria, mais do que uma palavra, um gesto. Gostaria de ter, por exemplo, o apoio do governo federal, dos representantes do Partido dos Trabalhadores, da base do governo para esse projeto, que é suprapartidário, para que nós possamos superar e redimir esse episódio", ressaltou.

Moro diz que plano de ataque seria retaliação

Moro também afirmou que o plano de ataque organizado por um grupo ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC) contra ele seria uma retaliação por seu trabalho como ministro da Justiça no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “Eu fiz esse projeto para criar tipos penais, para que nós possamos punir o planejamento dessas ações, esses atentados contra autoridades ou pessoas envolvidas no combate ao crime organizado”, disse.

"O que me foi informado é que uma célula do PCC tinha esse planejamento de sequestrar a mim ou a minha família como uma forma de retaliação ao trabalho que fiz como juiz e, principalmente, como ministro da Justiça, quando nós fomos duros contra o crime organizado", afirmou.

Moro pontuou que durante sua gestão o Ministério da Justiça providenciou o “isolamento das lideranças do PCC em presídios federais” e mudou o regime para impedir comunicações não monitoradas com o mundo externo dessas lideranças.

A Polícia Federal deflagrou nesta manhã a Operação Sequaz para desarticular uma organização criminosa que pretendia realizar ataques contra servidores públicos e autoridades, entre eles Moro.

Senador soube de ameaças em janeiro

Moro disse que foi informado no final de janeiro pelo Ministério Público de São Paulo sobre as ameaças contra ele e sua família. O parlamentar afirmou que fica "alarmado com a escalada do crime organizado no país". Ele defendeu a adoção de "políticas rigorosas" no combate às organizações criminosas.

"Se eles vêm pra cima da gente com uma faca, a gente tem que usar um revólver. Se eles usam um revólver, nós temos que ter uma metralhadora. Se eles têm uma metralhadora, nós temos que ter um tanque ou um carro de combate. Não no sentido literal, mas nós precisamos reagir às ações do crime organizado", disse.

“Precisamos ter uma legislação que garanta a punição desses indivíduos, sem esperar que eles iniciem a execução do crime”, acrescentou.

Solidariedade no Senado

Durante a sessão, o discurso de Moro foi interrompido para que 25 senadores comentassem sobre o caso e prestassem solidariedade ao parlamentar e à família dele. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), destacou o empenho da Polícia Legislativa para garantir a segurança de Moro e de sua família.

Pacheco disse que a ameaça a Moro é "um atentado à instituição Senado Federal", ao Estado de Direito e à democracia. O presidente da Casa disse ainda que o ministro da Justiça, Flávio Dino, "não poupou esforços para fazer com que o aparato do estado funcionasse como um aparato de estado e não de governo".

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