O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), afirmou que o senador e ex-juiz Sergio Moro (União-PR) é o “maior farsante do Judiciário brasileiro”. O emedebista criticou o que classificou como "absurdos" de Moro na condução da Operação Lava Jato em Curitiba (PR).
“A ditadura do código do Paraná, exercida pelo Moro, humilhava aqueles que estavam como réus e humilhava os advogados com as atitudes mais escandalosas e ilegais que nós podemos, como advogados, vivenciar”, afirmou Ibaneis.
Para o governador, a atuação de Moro como juiz conseguiu "ultrapassar" as ditaduras militares do Brasil. A crítica foi feita nesta segunda-feira (21) durante uma homenagem ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Cristiano Zanin, na Câmara Legislativa do DF. O magistrado recebeu o título de Cidadão Honorário de Brasília.
“A cidade ganha muito quando a gente faz uma homenagem como essa a um homem que tem história”, disse o governador se referindo ao ministro, que foi advogado do presidente Lula (PT) nos processos da Lava Jato.
Em 2021, o STF considerou Moro parcial na condução do caso do triplex no Guarujá (SP) e anulou todos os atos da 13ª Vara Federal de Curitiba (PR) contra Lula. O ex-juiz deixou o cargo para assumir o Ministério da Justiça no governo Bolsonaro (PL).
O governador ressaltou que “graças a Deus” o STF declarou a suspeição do ex-juiz e lembrou ter protocolado representações “para tentar barrar os absurdos do ex-ministro Sergio Moro” quando ainda atuava como conselheiro federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
“Infelizmente, naquela época, todos os ministros estavam ainda ludibriados por aquele que foi o maior farsante do Judiciário brasileiro. Graças a Deus o Supremo descortinou toda aquela farsa”, disse. Ibaneis reforçou que hoje o país tem uma magistratura que se coloca a favor da cidadania brasileira.
Procurado pela Gazeta do Povo, o senador Sergio Moro disse por meio de sua assessoria que não vai se manifestar sobre as críticas do governador Ibaneis Rocha.
Não é a primeira vez que Ibaneis critica Moro
Em 2019, Ibaneis afirmou que o Judiciário e o Ministério Público não podem “tramar condenações” ao comentar as mensagens de integrantes da força-tarefa vazadas na chamada “vaza jato”.
“Certamente, o Judiciário brasileiro vai ter de ser depurado. Não podemos ter um Judiciário que vive aliado ao Ministério Público, tramando para poder condenar as pessoas. Esse é o tipo de condenação que não favorece quem vive na democracia”, disse à época.
No mesmo ano, o governador disse não ter sido informado por Moro, então ministro da Justiça, sobre a transferência do líder do PCC, Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, para o presídio federal de Brasília.
“Essa atitude do ministro Moro demonstra que ele não conhece nada de segurança. Você não pode trazer [para a capital] um criminoso desse quilate, que arrasta com ele todo o crime organizado”, afirmou.
Em março de 2020, ele fez um balanço das ações de sua gestão para a segurança pública e culpou Moro pelo problema das drogas na capital. “A grande discussão é essa. O roubo de carros aqui é para transformar em drogas. Tudo aqui está girando em torno das drogas. A droga vem da fronteira. A culpa é do doutor Sérgio Moro”, disse o governador.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF