Um dia depois de ser apontado como o principal alvo de uma ação que o PCC planejava contra políticos, autoridades e servidores públicos, o senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) disse que o governo federal precisa rever os gastos com políticas de segurança pública para a população, e enviar projetos ao Congresso que mostrem os rumos que estão sendo tomados.
As medidas tomadas até agora estariam sendo insuficientes para conter a escalada de violência que, além dos planos da facção criminosa, também inclui os ataques a bens públicos e privados no estado do Rio Grande do Norte, desde o começo da semana passada.
Segundo o senador, as políticas que estão sendo implantadas pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem se mostrado “muito frágeis”, como a nova fase do Pronasci, o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania lançado na semana passada, que vai apenas repassar recursos a organizações sociais e não governamentais para a formação de policiais com a visão do governo. Serão R$ 700 milhões gastos neste ano.
“Não que isso não tenha alguma relevância, mas não pode fundar um programa de segurança pública nesse tipo de projeto em detrimento de investimento em forças policiais, inteligência e estratégias contra a criminalidade organizada e a criminalidade violenta”, disse em entrevista à Jovem Pan.
De acordo com ele, a primeira fase do Pronasci, entre os anos de 2007 e 2016 – durante o segundo governo de Lula e os dois de Dilma Rousseff (PT) –, teve uma elevação da criminalidade no país, com o número de assassinatos passando de 44 mil para 57 mil ao ano.
“O que me preocupa é a falta de uma política pública coerente no âmbito da segurança pública”, afirmou lembrando dos casos de assaltos realizados por falsos entregadores em São Paulo e dos ataques no Rio Grande do Norte.
Moro, ainda, enfatizou que muito dessa falta de uma política pública de segurança coerente reflete diretamente no cotidiano da população, como a ocorrência de crimes simples nas ruas que, no fundo, tem ligação com o crime organizado. Não a toa, ele propôs um projeto de lei que pretende endurecer o combate à criminalidade, com o reforço das forças de segurança e melhoria nas políticas públicas.
Em um discurso no Senado, na quarta (22), ele pediu que parlamentares tanto da oposição como da base governista apoiem a votação do projeto, como um “gesto” principalmente por parte do Poder Executivo para conseguir a aprovação da nova legislação.
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