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Moro mostra prova de que Bolsonaro pediu troca do chefe da PF

O ex-ministro da Justiça, Sergio Moro
O ex-ministro da Justiça, Sergio Moro (Foto: Rodrigo Sierpinski/Arquivo Gazeta do Povo)

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O ex-ministro Sergio Moro enviou ao Jornal Nacional, da Rede Globo, imagens de trocas de mensagens em aplicativo como prova das acusações feitas por ele sobre tentativa do presidente Jair Bolsonaro de interferir na condução da Polícia Federal, conforme afirmou nesta manhã ao anunciar sua saída do cargo.

Moro encaminhou ao telejornal uma troca de mensagens com um usuário identificado como "Presidente Novíssimo", em alusão ao número de telefone mais recente para contato com Bolsonaro. No diálogo, o presidente encaminha um link do portal O Antagonista, uma reportagem publicada na quarta-feira (22) sobre investigação contra deputados bolsonaristas e na sequência escreve "Mais um motivo para a troca", o que, segundo Moro, seria uma alusão à retirada de Maurício Valeixo da PF. Ainda na imagem, aparece resposta de Sergio Moro: "Este inquérito é conduzido pelo Ministro Alexandre no STF, diligências por ele determinadas, quebras por ele determinadas, buscas por ele determinadas".

O Jornal Nacional também perguntou se o ex-ministro tinha provas de que não tentou negociar uma vaga no STF, acusação feita pelo presidente em seu pronunciamento da tarde desta sexta. Também como prova, Moro enviou uma cópia de mensagens trocadas com a deputada Carla Zambelli, uma das principais apoiadoras de Bolsonaro. Pelo WhatsApp, a parlamentar pede que o então ministro apoiasse Alexandre Ramagem, um dos candidatos apoiados pela família Bolsonaro para assumir o comando da PF "e vá em setembro para o STF", escreveu Zambelli. A deputada ainda afirmou que ajudaria "a fazer o JB prometer", o que seria uma referência ao presidente. Às mensagens, Moro respondeu: "Prezada, não estou à venda".

Logo após a divulgação das conversas pelo Jornal Nacional, a deputada fez uma live em sua página no Facebook. Zambelli também mostrou a conversa (a mesma que foi enviada por Moro ao jornalístico da Rede Globo) que se iniciava como a tentativa de uma "terceira pessoa" de ajudar a resolver o mal estar entre o então ministro e o presidente. A parlamentar criticou Moro por ter vazado as conversas e questionou: "será que isso é só trairagem ou isso é crime também?". Zambelli se disse decepcionada pela atitude de Moro, que é padrinho de casamento dela.

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