Em entrevista publicada nesta sexta-feira (14) pelo jornal O Estado de S. Paulo, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, afirmou que o objetivo da divulgação de mensagens atribuídas a ele e a integrantes da Lava Jato é tirar o ex-presidente Lula da cadeia. Ela também disse não reconhecer os diálogos com integrantes da Lava Jato atribuídos a ele por reportagens do site The Intercept Brasil. E argumentou que podem ter ocorrido "inserções maliciosas" em trechos de conversas que ele realmente manteve com outras pessoas.
Ex-juiz da operação, Moro também disse acreditar que outra intenção da divulgação das mensagens seria atingir as instituições brasileiras. Desafiou o Intercept a entregar para as autoridades, como o Supremo Tribunal Federal (STF), todo o conteúdo de mensagens. E disse que conta com o apoio do presidente Jair Bolsonaro.
O objetivo: livrar Lula e atacar as instituições
"Me parece muito claro que existe um viés político-partidário na divulgação dessas mensagens (...)", disse Moro. "Uma [motivação da divulgação] passa pela soltura de um condenado por corrupção e lavagem de dinheiro, que é o ex-presidente Lula, é uma pena." Na quinta-feira (13), a defesa do petista anexou as supostas conversas no pedido ao STF para libertar Lula com base na argumentação de que Moro foi parcial no julgamento do tríplex.
Questionado se acredita que os alvos das denúncias seriam a Lava Jato, o governo Bolsonaro e as reformas, Moro disse: "Acho que o alvo são as instituições".
Moro também questionou a credibilidade do Intercept: "Se vamos tolerar esse tipo de comportamento, hackers criminosos que conseguem abrigo em veículos não sei se da imprensa, se a gente pode falar dessa forma, para divulgar isso, então quer dizer se amanhã invadirem os telefones de jornais, de empresas, dos ministros do Supremo, de presidente do Senado, de presidente da Câmara, vão aceitar que isso seja divulgado por esse mesmo veículo?"
O ex-juiz da Lava Jato citou ainda o caso da divulgação de mensagens atribuídas a ele em que havia referências ao ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), como exemplo de tentativa de atingir as instituições: "me parece que houve uma tentativa de intimidação do Supremo Tribunal Federal com a divulgação daquelas mensagens envolvendo um ministro [Fux]".
Sem reconhecer a autenticidade das conversas
Moro disse que é normal que um juiz converse com as partes envolvidas em processos, inclusive por aplicativo de mensagens. Repetiu o que já havia dito anteriormente: que não vê nada demais no conteúdo que foi divulgado. Mas também colocou em dúvida a autenticidade dos diálogos.
"Eu fico numa situação delicada porque eu não posso reconhecer a autenticidade dessas mensagens (...)", disse Moro. "E eu não excluo a possibilidade de serem inseridos trechos modificados, porque eles não se dignaram nem sequer a apresentar o material a autoridades independentes para verificação." Em outro trecho da entrevista, Moro disse que "podem ter inserções maliciosas" no conteúdo divulgado.
O ex-juiz da Lava Jato também desafiou o Intercept a apresentar a autoridades independente todo o material que obteve. "Se os fatos são tão graves como eles dizem que são, até agora não vislumbrei essa gravidade, o que eles deveriam fazer: pegar o material que receberam na forma original, não sei se é papel ou se é meio eletrônico, e apresentar para uma autoridade independente. Se não querem apresentar à Polícia Federal, apresenta no Supremo Tribunal Federal. Aí vai se poder verificar a integridade daquele material, exatamente o que eles têm, para que se possa debater esse conteúdo."
O apoio de Bolsonaro
Moro afirmou na entrevista que Bolsonaro está ao seu lado: "desde o início o presidente me apoiou. (...) O presidente reconhece e já deu demonstrações públicas nesse sentido de que não se vislumbra uma anormalidade que se coloque em xeque a minha honestidade".
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