Em Curitiba para participar de um congresso sobre macrocriminalidade e combate à corrupção, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, declarou em palestra que não fez exigências ao presidente Jair Bolsonaro para assumir o cargo. A fala ocorre um dia após Bolsonaro afirmar que tem “compromisso” de indicar Moro para a primeira vaga aberta de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
"A primeira vaga que tiver eu tenho esse compromisso e se Deus quiser nós cumpriremos esse compromisso. O Brasil inteiro vai aplaudir", disse o presidente, em entrevista ao jornalista esportivo Milton Neves, na rádio BandNews.
“Não vou receber um convite para ser ministro estabelecendo condição sobre circunstâncias do futuro que não se pode controlar”, falou Moro durante a palestra.
Mais cedo, em entrevista à rádio Jovem Pan também em Curitiba, Moro disse que está “honrado” com a declaração do presidente, mas que a indicação ao STF “não é uma coisa que hoje se encontra na minha mente”.
Atual presidente do Coaf diz que vai avaliar se fica no cargo
Assim como Moro, o presidente do Conselho de Controle de Atividades Financeiro (Coaf), Roberto Leonel, também participou do congresso sobre corrupção em Curitiba. Leonel afirmou que a volta do órgão para o Ministério da Economia não vai interferir no trabalho desenvolvido até agora pelos servidores. Ele afirmou ainda, que vai avaliar se fica no comando do Coaf se o ministro da Economia, Paulo Guedes, mantiver a equipe atual.
Na semana passada, o Congresso impôs uma derrota ao ministro da Justiça, Sérgio Moro, ao determinar, na comissão especial que analisou a reforma administrativa, que o Coaf volte ao Ministério da Economia. O órgão está desde janeiro sob o guarda chuva do Ministério da Justiça. O destino do Coaf ainda depende de votação no plenário da Câmara e do Senado.
"O Coaf continua sendo administrativo, continua respeitando a mesma base legal que sempre fez. Mudanças não terão, independente de ministério. Mas a proximidade com as áreas de persecução penal é, efetivamente, muito maior no MJ", disse Leonel em Curitiba.
Moro também falou sobre o destino do Coaf. Segundo Moro, ele não exigiu que o órgão estivesse seu guarda chuva, mas a tendência é que o órgão acabe negligenciado no Ministério da Economia. "O Ministério da Fazenda tem uma gama de responsabilidades, tantas preocupações macroeconômicas, que o Coaf acaba sendo uma das últimas preocupações", disse Moro.
Apesar de ter feito um intenso lobby político para manter o Coaf no Ministério da Justiça, Moro diz que o destino do órgão não é uma preocupação pessoal. "Trazer o Coaf tem essa perspectiva de favorecer a integração e fortalecer o órgão. Não é uma questão pessoal, se quiserem tirar o Coaf, tirem, não tem problema nenhum. É uma questão de política pública", disse o ministro.
Leonel destacou que o principal ganho do Coaf sob a gestão de Moro foi um incremento de pessoal. "O mais importante a destacar é que a diferença do MJ foi que tivemos um maior incremento das funções, temos a possibilidade até de dobrar o número de servidores e essa é uma das principais metas que estamos buscando na atual administração", disse o presidente do órgão.
Ele afirma que, se a estrutura for mantida no Ministério da Economia, pode continuar à frente do órgão. "Depende do ministro, se ele decidir se vai manter a equipe que está no Coaf. Pessoalmente temos que avaliar como vai ser o andamento do assunto", afirmou.
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