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Crise institucional

A investigação da PF que teria sido a gota d’água para a queda de Valeixo e a saída de Moro

Sergio Moro Jair Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro e o ex-ministro da Justiça Sergio Moro. (Foto: Marcos Correa/PR)

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O ex-ministro da Justiça Sergio Moro deixou o cargo acusando o presidente Jair Bolsonaro de interferência política na Polícia Federal. À noite, o Jornal Nacional apresentou troca de mensagens de Moro com Bolsonaro, fornecidas pelo ex-juiz, em que o presidente compartilha notícia de investigação contra deputados do PSL e afirma que isso seria "mais um motivo" para trocar o diretor da PF, Maurício Valeixo. A investigação em questão é o inquérito sobre a convocação de atos pró-ditatura, realizados no último dia 19, em diversas cidades brasileiras.

Nesta semana, a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou que a Polícia Federal realize uma série de diligências para investigar deputados que estariam por trás da organização dos protestos considerados antidemocráticos. O inquérito (número 4.828) tramita sob sigilo no STF.

Dentre as diligências, a PF deverá obter informações dos dispositivos de informática utilizados para a disseminação, nas redes sociais, de convocações dos atos contra a democracia e a favor da ditadura militar nas redes sociais.

Segundo a PGR, deputados federais participaram dos atos no fim de semana, que tiveram faixas, cartazes e discursos em defesa do AI-5. O próprio presidente da República, Jair Bolsonaro, chegou a discursar para manifestantes em frente ao Quartel General do Exército em Brasília durante a manifestação.

A participação do presidente no ato foi alvo de críticas da classe política. O STF apura se os deputados estão envolvidos na organização e no financiamento dos atos, o que configuraria crime, uma vez que a Constituição criminaliza qualquer iniciativa contra o regime democrático.

São alvos iniciais do inquérito solicitado pela PGR o deputado federal Daniel da Silveira (PSL-RJ), que ganhou notoriedade ao rasgar a placa da vereadora Marielle Franco, e o Cabo Junio Amaral (PSL-MG).

Outro inquérito que envolve parlamentares ligados a Bolsonaro é o que apura a divulgação de fake news contra políticos, membros do Judiciário e instituições. Na sexta-feira, após as demissões de Valeixo e Moro, o ministro Alexandre de Moraes determinou que não haja troca de delegados da PF envolvidos no inquérito de apuração das fake news (4781) contra integrantes da corte e da realização de protesto em favor do AI-5.

Segundo o ministro, as investigações dos inquéritos deverão continuar a ser conduzidas pelo delegado federal Alberto Ferreira Neto, em São Paulo, e pela equipe de Brasília, composta pelos delegados federais Igor Romário de Paula (que já foi o delegado-chefe da lava Jato em Curitiba), Denisse Dias Rosas Ribeiro, Fábio Alceu Mertens e Daniel Daher.

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