Morreu na manhã deste domingo (3), o jornalista Claudio Julio Tognolli, aos 60 anos, em São Paulo. Ele estava internado no hospital Albert Einstein por conta de complicações depois de um transplante de coração realizado em 25 de janeiro deste ano. De acordo com o hospital, ele faleceu pouco depois das 9h. Ele deixa Numa Rigueira Dantas Levy, 36 anos, sua mulher, e dois filhos.
O velório está sendo realizado no Funeral Home, na rua São Carlos do Pinhal, 376, no bairro da Bela Vista, na capital paulista. Ele será cremado no mesmo local, à meia-noite.
Natural de São Paulo, Tognolli nasceu em 23 de agosto de 1963. Era jornalista graduado pela Universidade de São Paulo (USP), com doutorado pela mesma instituição. Em 1997, vencedor do Jabuti de Literatura pelo livro “O Século do Crime”, que aborda a origem das grandes organizações criminosas no mundo.
Além desse, Tognolli escreveu “A Sociedade dos Chavões” (2002), resultado de uma tese de mestrado que traz uma lista de “lugares comuns”; “A Falácia da Genética” (2003), que analisa a forma como meios de comunicação abordam assuntos científicos; “Lobão 50 Anos a Mil” (2010), biografia do cantor Lobão escrita em conjunto com o artista; “Bem-Vindo ao Inferno” (2015), sobre o médico Roger Abdelmassih; “Laços de Sangue”(2017), que conta a história do PCC; Traidores da Pátria” (2019), sobre os irmãos Wesley e Joesley Batista e sua relação com a JBS, entre outros.
Ele também foi professor da ECA (Escola de Comunicação e Artes) da USP e integrante do ICIJ (International Consortium of Investigative Journalists, ou, em português, Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos).
O jornalista teve passagens por diversos veículos de comunicação brasileiros como os jornais Folha de S. Paulo e Jornal da Tarde, as revistas Galileu, Rolling Stone e Consultor Jurídico e as rádios CBN e Eldorado. Mais recentemente, passou também pela rádio Jovem Pan, onde fez parte dos programas “Morning Show” e “Os pingos nos Is”.
Tognolli foi fundador e integrante da 1ª diretoria da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), eleita na USP, em dezembro de 2002. Em nota, a entidade prestou solidariedade à família do jornalista.
“Tognolli foi um nome marcante no jornalismo brasileiro, atuante como profissional de redação e na formação de jovens jornalistas, como professor da USP. Foi fundador e diretor da Abraji, contribuindo para o debate sobre a função social da profissão. Prestamos solidariedade à família e aos amigos e lamentamos essa perda”, diz o documento.
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