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O deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB), provável futuro presidente da Câmara dos Deputados, se encontrou com políticos governistas e da oposição na noite desta terça (28) no Rio de Janeiro em mais um movimento para garantir o apoio à eleição do próximo sábado (1º).
Foi o segundo encontro desta semana, que passou na segunda (27) por São Paulo, e teve a presença de ministros e políticos de alguns dos 17 partidos que fecharam aliança por ele, entre eles o PT e o PL. Motta pode ter os votos de 488 deputados, muito mais do que os 257 necessários para ser eleito.
O evento desta terça (28) foi fechado à imprensa, e alguns dos participantes afirmaram, na saída, que foi um encontro proveitoso em que ele ouviu demandas dos parlamentares e se comprometeu a analisar propostas da bancada fluminense.
O governador do estado, Cláudio Castro (PL-RJ), encabeçou algumas delas e afirmou que “já tinha meu apoio [definido] desde sempre. O Hugo é um amigo, hoje é só pra coroar”, disse à Folha de S. Paulo.
Entre as demandas estão, principalmente, a derrubada de vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag) e que afetam diretamente aos estados endividados com a União – o governador mineiro Romeu Zema (Novo-MG) tem sido o mais crítico e gerou um imbróglio com o petista e o ministro Fernando Haddad (Fazenda).
Também está na lista o endurecimento da PEC da Segurança Pública com pedidos feitos por governadores na legislação que está sendo gestada pelo governo.
“Foi um encontro amistoso que mostra que o deputado Hugo Motta está em sinergia com o Rio de Janeiro. Ele reforçou o compromisso com as demandas da bancada e é um nome pacificado”, disse o deputado Áureo Ribeiro (Solidariedade).
Por outro lado, Motta preferiu adotar um tom mais contido e apenas afirmou que “não tem nada garantido, ainda preciso pedir votos”.
Outro tema que ele se comprometeu a pautar na Câmara é evitar a perda de quatro cadeiras pela bancada fluminense na casa, por conta da atualização da representatividade dos estados após a atualização do Censo de 2022.
No evento de segunda (27) em São Paulo, Motta exaltou os partidos do centrão na Câmara e sinalizou que deve tocar a presidência da casa em contato estreito com os presidentes dos partidos que o apoiaram.
“Esses presidentes [de partido] terão um papel fundamental em nos ajudar. Porque, pela minha pouca idade, pela minha trajetória de vida, e sempre fiz política ouvindo, vou precisar muito mais ouvir os mais experientes para que a gente possa errar o mínimo possível”, pontuou no encontro.