O ex-vice-presidente da República e senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) criticou nesta sexta-feira (5) o evento que será realizado pelo governo Lula para marcar um ano dos atos de 8 de janeiro. O senador classificou a cerimônia como um "arremedo de comemoração que o governo promove com dinheiro do contribuinte" para alimentar "antagonismos" entre a população brasileira.
“O que há de patriótico em comemorar um ato que envergonhou a nação, precipitado pela ignorância de uns, a omissão de outros e as más intenções de poucos? Há amor ao Brasil em comemorar esse dia de infâmia, tornado real tão somente pela profecia que se autorrealizou na polarização que corrói o País?”, questionou Mourão, em nota.
O evento, comandado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), será realizado na tarde da próxima segunda-feira (8), contará com a presença de 500 convidados e autoridades de todos os Poderes como o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator dos processos do 8 de janeiro, os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), entre outros.
Mourão também criticou a presença de autoridades no evento que, segundo ele, “contribuıŕam para aquele desatino”. “O que há de legítimo numa festa oficial à qual acorrem autoridades e magistrados que contribuıŕam para aquele desatino, deixando de levar tranquilidade e confiança à população, que fracassaram em garantir a ordem pública, objeto de sua inegável responsabilidade, que frustraram os esforços para apuração dos fatos e partidarizaram a distribuição de justiça?”, disse o ex-presidente.
“Não há nada de cívico, patriótico e legítimo nesse arremedo de comemoração que o governo promove com dinheiro do contribuinte. Como não há nada que justifique a afronta às instituições perpetrada naquele dia”, acrescentou.
Para o senador, o que “deveria emular a reflexão responsável por parte das autoridades, lideranças e sociedade civil para que o que aconteceu naquele dia nunca mais se repita, ao contrário, está servindo para prejudicar o Brasil, alimentando antagonismos, produzindo insegurança jurídica e abalando a nação em um momento mundial cada vez mais perigoso”.
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