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Deltan Dallagnol protesto
Deltan Dallagnol em protesto em Curitiba após sua cassação pelo TSE.| Foto: Marcos Tosi/Gazeta do Povo

Movimentos organizados da sociedade civil prometem ir às ruas neste domingo (4), em várias cidades brasileiras, em protesto contra a cassação do deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR). De acordo com a coordenadora do movimento Olho no Congresso Brasil, Cristina Leal, o principal objetivo das manifestações é fazer com que o povo volte às ruas para manifestar a indignação contra as “arbitrariedades” dos tribunais e questões que estão sendo desrespeitadas no Brasil.

O ponto forte dos protestos será na Boca Maldita, ponto tradicional no Centro de Curitiba, capital do Paraná, estado pelo qual Dallagnol foi eleito para a Câmara dos Deputados, com aproximadamente 345 mil votos (344.917). O ato será na tarde de domingo, às 15 horas, e terá a presença do parlamentar e ex-coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, da presidente do Podemos, Renata Abreu (SP), de deputados federais e estaduais de diversos partidos e representantes de movimentos da sociedade civil.

A decisão de convocar as manifestações veio após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassar o mandato do deputado federal Deltan Dallagnol, sob alegação de descumprimento da Lei da Ficha Limpa. Em 17 de maio, por 7 votos a 0, os ministros do TSE consideraram que o parlamentar teria infringido essa lei por ter pedido exoneração do cargo de procurador para evitar um possível processo administrativo disciplinar. Na avaliação de Cristina Leal, trata-se de mais uma das arbitrariedades cometidas ultimamente pelos tribunais no país.

Os protestos estão sendo convocados por meio das redes sociais com o lema “Democracia, Liberdade e Justiça”, e reúnem movimentos como o Vem pra Rua, Fiscaliza Brasil, Mulheres com Moro, Resistência Lavajatista, Fora Corruptos, Movimento Popular de Fiscalização Política, entre outros.

Segundo a coordenadora do movimento Olho no Congresso Brasil, a ideia é que a grande manifestação ocorra mesmo em Curitiba, e que sejam realizados protestos em outras capitais e municípios do interior do Brasil em menor escala, mas com a mesma importância.

Atos pelo Brasil

Manifestações estão programadas em pelo menos 12 estados brasileiros neste domingo, 4 de junho.

Em São Paulo, o ato será na Avenida Paulista, no coração da capital, com uma caminhada. Os participantes levarão 350 balões pretos representando os votos “silenciados” de Dallagnol, o deputado federal mais votado do Paraná em 2022, com quase 345 mil votos.

Porto Alegre, Florianópolis, Belo Horizonte, Vitória, Manaus, Rio de Janeiro, Recife, Salvador, Goiânia e Belém também estão entre as capitais que vão realizar atos neste domingo. Confira abaixo a programação das manifestações pelo Brasil, com horário e local de cada ato.

Cristina Leal, do movimento Olho no Congresso Brasil, diz que esses atos serão uma espécie de “esquenta”, para fazer com que as pessoas se sintam seguras, livres, nas ruas. “Depois do 8 de janeiro e com todas as arbitrariedades do STF e do Alexandre de Moraes, as pessoas têm medo. Até porque 8 de janeiro foi uma coisa muito chocante para todos”.

Indignação

Os atos deste domingo também pretendem demonstrar o descontentamento e a indignação com a visita de Nicolás Maduro ao Brasil, na semana passada, quando o ditador venezuelano foi recebido com honras de chefe de Estado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT); com a indicação de Cristiano Zanin, advogado de defesa de Lula na Lava Jato, para o Supremo Tribunal Federal (STF); com o decreto do saneamento do governo petista, e até as considerações sobre mudanças na Eletrobras.

A deputada Adriana Ventura (Novo-SP) é uma das parlamentares mais ativas na convocação dos atos de 4 de junho. Ela gravou vídeos chamando a população para ir às ruas. “A cassação injusta e desarrazoada do deputado Deltan Dallagnol mostra que a gente não pode ficar calado diante dessa desarmonia entre os poderes. Não há justiça quando um poder interfere no outro, não há democracia quando há ativismo judicial, não há liberdade quando um poder está de joelhos para o outro”, afirma a parlamentar em vídeos que estão circulando nas redes.

Em entrevista a um podcast, Dallagnol ressaltou que existem outros casos, além do dele, “a cada duas semanas você teve Deltan, você teve Crivella agora, tem o Rogério Marinho, você tem toda a chapa do PL do Ceará; e a cada duas semanas um parlamentar de direita tá sendo cassado desde o começo do ano. Eu tenho uma grande preocupação com essa leitura de que o sistema tem dois pesos e duas medidas”, afirmou.

"É pela democracia, pela liberdade e pela justiça. Se não fosse a sociedade nas ruas, a Lava Jato teria morrido em 2015. As manifestações são novamente muito importantes”, salientou o parlamentar.

Atos pelo Brasil

  • Amazonas

Manaus - 10h – Praça São Sebastião – Teatro Amazonas

  • Bahia

Salvador - 10h - Farol da Barra

  • Espírito Santo

Vitória - 10h - Praia de Camburi km 4

  • Goiás

Goiânia - 14h – cruzamento avenidas T-10 e T-3, Parque Vaca Brava, Setor Bueno

  • Minas Gerais

Belo Horizonte - 10h – Praça da Liberdade

Juiz de Fora - 14h30 – Pça São Mateus

  • Pará

Belém - 10h – Escadinha do Cais do Porto, Campina

  • Paraná

Curitiba  - 15h – Boca Maldita, Centro

  • Pernambuco

Recife - 10h – Jardim – Avenida Boa Viagem

  • Rio de Janeiro

Rio de Janeiro - 14h – Posto 5, Copacabana

Volta Redonda - 09h30 – Praça Brasil

  • Rio Grande do Sul

Porto Alegre  - 14h30 - Parcão

  • Santa Catarina

Florianópolis - 15h - Av. Beira Mar Norte (bolsão da Casan)

Criciúma - 15h – Parque das Nações

Balneário Camboriú - 15h – Praça Almirante Tamandaré

Blumenau - 10h – Rua XV

Palhoça - 14h – Semáforo da Prefeitura

Jaraguá do Sul - 15h – Via Verde

Joinville - 14h – Praça das Bandeiras

  • São Paulo

São Paulo - 10h – Avenida Paulista – Masp

Campinas - 10h – Largo do Rosário

Ribeirão Preto - 09h – Feira da Portugal com Av. 9 de julho

São José dos Campos - 10h – Vicentina Aranha

São José do Rio Preto - 09h – Estacionamento do Centro Regional de Eventos

Brasília não terá manifestações

Matéria da Gazeta do Povo mostrou que os movimentos decidiram não realizar um ato em Brasília não só pelo trauma do 8 de janeiro, mas também porque a logística e organização para atos na Esplanada dos Ministérios se tornou mais difícil junto à Secretaria de Segurança.

“Por ter pelo menos 5 mil pessoas e por estar em cima da hora, e sem a garantia da Secretaria de Segurança Pública, optamos por não fazer”, diz Lucas Tomas, do grupo União, Juventude e Liberdade.

Apesar de não estar previsto um ato com pessoas, os organizadores avaliam se será possível ao menos pendurar uma faixa contra a cassação de Dallagnol em algum viaduto de Brasília.

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