O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) analisa a possibilidade de abrir uma investigação contra Marcelle Decothé, ex-assessora especial da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, por ofensas proferidas contra a torcida do clube de futebol São Paulo durante a final da Copa do Brasil, em uma partida contra o Flamengo no último final de semana.
A promotoria recebeu nesta quinta (28) uma representação pedindo a investigação de Marcelle Decothé, segundo informou o MP-SP à Gazeta do Povo nesta sexta (29). O documento está em análise e, se aceito, terá um promotor designado com prazo de até 30 dias para definir as acusações formais que poderão ser apresentadas.
Marcelle postou uma foto em seu perfil no Instagram, onde estava no estádio do Morumbi, em São Paulo, durante o jogo entre São Paulo e Flamengo, com uma mensagem ofensiva: "Torcida branca, que não canta, descendente de europeu safade. Pior tudo de pauliste".
A publicação causou indignação entre torcedores e a alta cúpula do clube. Pelas redes sociais, Julio Casares, dirigente do São Paulo, classificou a postagem como "ultrajante" e contrária aos valores do clube, que promove a igualdade e repudia qualquer forma de discriminação.
A reação rápida do São Paulo resultou na demissão de Marcelle Decothé do Ministério da Igualdade Racial apenas dois dias após o incidente. Em um comunicado, o Ministério explicou que a exoneração foi realizada para evitar que atitudes incompatíveis com a missão institucional interferissem em suas atividades.
Julio Casares também informou que a ministra Anielle Franco entrou em contato com ele para pedir desculpas pelo ocorrido. De acordo com a assessoria de imprensa do clube, o assunto está encerrado, e o São Paulo não pretende solicitar uma investigação formal contra Marcelle.
Especialistas ouvidos pela Gazeta do Povo afirmaram que a fala de Marcelle Decothé pode ser considerada um crime inafiançável perante o novo entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre crimes de racismo. Há, ainda, a possibilidade da declaração ser enquadrada como de injúria racial ou por origem da pessoa, o que pode aumentar a pena em um terço.
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