O tenente-coronel Mauro Cid durante depoimento na CPMI.| Foto: Pedro França/Agência Senado.
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O Ministério Público Federal pediu nesta quinta-feira (20) que a Justiça Federal do Distrito Federal arquive ação apresentada pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura os atos de vandalismo do 8 de janeiro, pelo fato do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro (PL), ter ficado em silêncio durante o depoimento.

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Durante o depoimento, ocorrido no último dia 11, Mauro Cid decidiu não responder aos questionamentos dos membros da CPMI. Ao longo de mais de oito horas de interrogatório, o militar disse diversas vezes que recorreria ao direito de permanecer em silêncio, já que é alvo de oito investigações por parte do Poder Judiciário, principalmente, pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

No documento, o procurador da República, Caio Vaez Dias, diz que não ficou comprovada nenhuma conduta criminosa por parte do militar. Atendendo à defesa do militar, o procurador disse ainda que as condutas objeto desta representação são atípicas.

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"Não há que se falar em abuso do direito ao silêncio por Mauro Cid, vez que, apesar de ter sido compromissado formalmente como testemunha pelo Presidente da “CPMI – 8 de Janeiro”, Deputado Federal Arthur Maia, verifica-se que as perguntas que lhe foram dirigidas diziam respeito a fatos pelos quais ele já é investigado criminalmente, enquanto autor ou partícipe, sendo legítima sua recusa em se manifestar sobre eles", disse Dias, de acordo com o trecho do documento ao qual o jornal O Globo teve acesso.

"Oportuno registrar que Mauro Cid, apesar de ser obrigado a comparecer perante a CPI, não possuiria sequer a obrigação de assinar termo ou firmar compromisso na condição de testemunha perante os fatos apurados na CPMI, considerando que consta como um dos investigados pelos atos antidemocráticos ocorridos em 8 de janeiro de 2023 na capital federal", afirmou o procurador.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]