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Sugestão ao MJ

MPF quer punição para policial que não usar câmera corporal

Câmeras corporais são mantidas por mais seis meses em São Paulo.
Câmeras corporais sofrem forte oposição dentro das polícias (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)

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O Ministério Público Federal enviou ao Ministério da Justiça uma série de sugestões para reforçar a obrigatoriedade no uso das câmeras corporais por policiais. Desde o ano passado, a pasta recebe contribuições de órgãos e entidades civis na formulação de uma portaria que busca padronizar a medida em âmbito nacional.

Atualmente, apenas oito estados adotam a política, de forma parcial ou experimental, com grande oposição por parte das polícias militares e civis, subordinadas aos governos estaduais.

Uma das medidas sugeridas pelo MPF é a punição do policial que não usar as câmeras. O órgão recomenda que o acionamento seja automático, sem possibilidade de desligamento manual pelo policial e que as imagens fiquem armazenadas e disponíveis para outros órgãos – como o próprio MP, Defensorias Públicas e Judiciário – por ao menos um ano.

“O acionamento sem possibilidade de escolha pelo policial é uma medida muito mais eficaz para a redução da letalidade policial e para a transparência e prevenção da corrupção. Assim, recomenda-se que essa modalidade seja a única cabível, sobretudo em caso de policiamento ostensivo”, diz o documento do MPF enviado ao MJ.

As recomendações foram elaboradas pelo Grupo de Trabalho Interinstitucional Contra o Racismo na Atividade Policial (GTI Racismo), criado pela 7ª Câmara de Coordenação e Revisão (7ª CCR), que normatiza a atuação do MPF no controle externo das atividades policiais.

O grupo ainda sugere que haja ocultação de sinais na gravação que possam identificar pessoas abordadas pela polícia – a medida não valeria para os agentes, que seriam sempre identificados. Além disso, as imagens não poderiam ser usadas como provas contra as pessoas abordadas, a não ser que o policial as informe antes sobre essa possibilidade.

A medida, no entanto, sofre forte oposição das polícias e de seus representantes na Câmara dos Deputados. A categoria diz que a medida parte de um estigma que criminaliza a atividade policial e que seu uso inibiria a atuação dos agentes na proteção das vítimas de crimes e prejudicaria a própria segurança dos policiais. O temor é que sejam punidos caso reajam a ameaças e na reação à violência praticada por criminosos.

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