Daniela Carneiro teria gasto verba de campanha com gráficas de ex-servidor da prefeitura de Belford Roxo, comandada pelo marido.| Foto: Roberto Castro/Ministério do Turismo
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A ministra Daniela Carneiro, do Turismo, está sendo investigada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro por ter gasto R$ 1,092 milhão em duas gráficas durante a campanha eleitoral de 2022, sendo que uma delas não executa os serviços que oferece segundo declarado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

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Daniela concorreu ao cargo de deputada federal do Rio de Janeiro pelo União Brasil, que a emplacou na Esplanada em troca de apoio ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O MPRJ confirmou que o caso está sob investigação a cargo de um grupo de promotores de Justiça, mas que não vai comentar para não haver prejuízo nas apurações.

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À Gazeta do Povo, a ministra disse, em nota, que as gráficas contratadas entregaram todos os materiais de campanha demandados, "e os mesmos foram retirados nos parques gráficos indicados pelas empresas: Printing Midia, situada na Zona da Leopoldina, e Rubra Gráfica, que terceiriza parte de sua produção na empresa Lastro, em São Cristóvão, não sendo de responsabilidade da ministra a divergência cadastral das gráficas junto à Receita".

Daniela Carneiro ressalta, ainda, que teve todas as contas de campanha aprovadas pelo TRE, que "acredita na Justiça e que os fatos serão esclarecidos com a maior brevidade possível".

De acordo com a investigação, Daniela gastou os recursos em duas gráficas que pertencem a Filipe de Souza Pegado, ex-servidor da prefeitura de Belford Roxo, que tem seu marido, Waguinho, como prefeito.

Ao todo, segundo dados oficiais do TSE (veja na íntegra), foram gastos R$ 561,5 mil com a Rubra Editora e Gráfica, localizada no Rio de Janeiro, em pagamentos fracionados em 224 depósitos de R$ 140 a R$ 14 mil. Já outros R$ 530,7 mil foram gastos com a Printing Mídia Ltda, localizada na cidade de São João de Meriti (RJ).

Daniela abriu a primeira crise do governo Lula

Daniela Carneiro foi a pivô da primeira crise no governo Lula ainda em janeiro, quando foi revelado o envolvimento dela e do marido com o ex-policial militar e miliciano Juracy Alves Prudêncio, conhecido como “Jura”. O episódio também expôs um racha do União Brasil no apoio ao Palácio do Planalto.

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Daniela e Waguinho são filiados ao partido e têm uma relação próxima com “Jura”, condenado e preso sob acusação de ter chefiado uma milícia na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro.

O ex-policial militar foi citado no relatório final da CPI das Milícias da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), em 2008. O colegiado foi presidido pelo então deputado estadual Marcelo Freixo, atual presidente da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur).

Além de Daniela, o União Brasil ocupa, ainda, o ministério das Comunicações através de Juscelino Filho e o da Integração e Desenvolvimento Regional, com Waldez Góes, que é filiado ao PDT mas migrará para o partido por acordo.

Em nota, Daniela Carneiro afirmou, na época, que “não compactua com qualquer ato ilícito” e que “cabe à Justiça o papel de julgar quem comete possíveis crimes”. Sobre o apoio de Jura à sua campanha em 2018, ela informa ter recebido o apoio de “milhares de eleitores em diversos municípios do estado”.

“Quanto às nomeações na Prefeitura de Belford Roxo, a ministra enfatiza que não tem nenhuma ingerência, pois o ato é de competência exclusiva do Poder Executivo”, completou.

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Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]