O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e mais 11 organizações populares brasileiras parabenizaram o ditador venezuelano Nicolás Maduro pela vitória nas eleições presidenciais deste final de semana. Em uma postagem nas redes sociais, o histórico aliado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que o povo decidiu pela “resistência” ao imperialismo e o apoio a um “projeto popular de condução do país”.
“Parabenizamos a resistência do povo venezuelano que reafirma nessa eleição histórica a decisão de seguir avançando em um projeto popular de condução do país baseado na solidariedade, organização e desenvolvimento nacional alinhado ao legado da Revolução Bolivariana, afirmou.
O movimento também lembrou do “aniversário de 70 anos de [Hugo] Chávez”, afirmando que a vitória de Maduro “também simboliza a permanência e atualidade da luta dos povos na América Latina que seguem enfrentando o imperialismo”.
Em uma outra nota em conjunto com 11 organizações sociais brasileiras, o MST afirma que “a democracia venceu e o povo venezuelano decidiu pela democracia” ao eleger o “Grande Polo Patriótico, Nicolás Maduro”.
“Em meio a uma campanha fascista promovida pela extrema direita venezuelana e internacional, que antes mesmo da votação e dos resultados já bradavam fraude e não respeito aos resultados, a Soberania do Povo Venezuelano e o seu direito ao voto prevaleceram”, disseram os movimentos.
O MST e demais organizações afirmam que a eleição transcorreu com “transparência e rigor” com “diversas auditorias e mais de 900 observadores e acompanhantes do processo eleitoral de mais de 100 países”. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) desistiu de enviar dois técnicos observarem a eleição após Maduro atacar o sistema eleitoral brasileiro, na semana passada.
“Nós, membros de dezenas de organizações sociais, partidos e movimentos populares brasileiros, somos prova da idoneidade e lisura do processo, e viemos a público parabenizar Maduro e o povo venezuelano por sua reeleição”, pontuaram.
Os movimentos ainda afirmam que a maioria do povo venezuelano decidiu por um “processo de estabilidade e melhoria nas condições de vida” mesmo que “em meio a duras sanções e ataques do imperialismo estadunidense e seus associados na mídia, na política e na economia”.
Veja abaixo as organizações que assinam o apoio a Maduro:
- Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD);
- Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz);
- Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB);
- Comitê Brasileiro de Solidariedade com a Venezuela;
- Confederação Nacional das Associações de Moradores (CONAM);
- Organização Continental Latino Americana e Caribenha dos Estudantes (OCLAE);
- Juventude do Partido dos Trabalhadores (JPT);
- Marcha Mundial de Mulheres (MMM);
- Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST);
- Movimento Kizomba;
- Levante Popular da Juventude;
- União da Juventude Socialista (UJS).
Vitória contrasta com pesquisas
A vitória de Maduro foi confirmada no início da madrugada desta segunda (29) pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) com 51,2% dos votos. O órgão, que é o responsável por organizar as eleições e é controlado pelo regime chavista, apontou que o opositor Edmundo González, da Plataforma Unitária Democrática (PUC), ficou em segundo lugar com 44,2%.
Com o resultado da eleição, Maduro conquistou mais uma reeleição e ficará no poder por mais seis anos.
Embora Maduro tenha sido anunciado como vencedor da eleição, uma pesquisa de boca de urna apontava uma vitória esmagadora da oposição na Venezuela. De acordo com a Edison Research, instituto de pesquisa que realiza levantamentos nas principais eleições dos Estados Unidos, González teve 65% dos votos na eleição presidencial realizada neste domingo, contra 31% do ditador Nicolás Maduro.
No final da votação e início da apuração, a oposição venezuelana acusou o CNE de interromper a transmissão dos resultados das urnas, e que representantes foram impedidos de acessar as atas eleitorais. Também aponta que fiscais foram retirados de centros de votação.
“Há uma quantidade enorme de centros de votação onde estão retirando nossos fiscais. Há outros em que se estão negando transmitir o resultado das atas”, acrescentou. Solórzano disse ainda que a legislação venezuelana garante acesso às atas. “Não entregar a ata está totalmente à margem da lei”, ressaltou.
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