| Foto: Lula Marques/ Agência Brasil
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O Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) pode instalar fábricas de fertilizantes orgânicos no Rio Grande do Sul em parceria com a China. O anúncio foi feito pelo líder do MST, João Pedro Stedile, durante a 22ª Festa da Colheita do Arroz Agroecológico, na última quinta-feira (20). Ele explicou que a parceria começou a ser avaliada após a visita de integrantes do MST à China. Segundo Stedille, o governo chinês demonstrou “vontade política” para o projeto, através da transferência de tecnologia e capacitação das “organizações populares”.

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Com a tecnologia chinesa, o MST espera impulsionar a agroecologia, uma das bandeiras do movimento, por meio da produção de insumos a baixo custo e com tecnologia inovadora. A primeira fábrica seria instalada no município de Nova Santa Rita (RS), para atender à cadeia produtiva de arroz agroecológico do MST, e seria financiada, segundo Stedile, pelo Banco do Brasil.

Stedile cobrou publicamente apoio do presidente Lula a esse e outros projetos do MST em parceria com a China, como o que prevê a instalação de fábricas de equipamentos agrícolas chineses em áreas próximas dos assentamentos. “O Brasil tem dinheiro, o tesouro tem dinheiro. O que falta é pressionarmos para cumprir o que o Lula se comprometeu, que o pobre brasileiro seja colocado no orçamento. Essa é a nossa missão”, disse.

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Uma comitiva de “parlamentares do MST” está atualmente na China, a convite da Universidade Normal do Leste da China, para realizar visitas técnicas e reuniões com lideranças chinesas e pesquisadores. O grupo, que permanece na China até o dia 28, se reuniu com Dilma Rousseff, presidente do Novo Banco de Desenvolvimento, na sexta-feira (21). Entre as prioridades do grupo está justamente a discussão de parcerias para a produção industrial de bioinsumos no Brasil usando tecnologia chinesa e a mecanização voltada à agricultura familiar.

Nos últimos dois anos, o MST tem intensificado as agendas e reforçado os laços com ditaduras como Venezuela, China e Cuba, sob o argumento de compartilhar tecnologia ou estabelecer parcerias para o incremento da produção agroecológica. A Venezuela, por exemplo, anunciou a entrega de 180 mil hectares de terras desapropriadas no país ao MST. Integrantes do MST também costumam ser enviados para receberem formação acadêmica e política nesses países.