Dando início às ações do Abril Vermelho na Bahia, cerca de 400 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) invadiram uma área pública no municípios de Itabela, no sul da Bahia. A área pertence à Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), ligada ao Ministério da Agricultura e Pecuária.
Em nota, o MST alega que a área é "improdutiva" e que a invasão faz parte da Jornada Nacional de Luta em Defesa da Reforma Agrária, também conhecida como Abril Vermelho. "O MST reivindica a área para fins de Reforma Agrária e defende a Reforma Agrária Popular como um projeto de agricultura sustentável para produzir alimentos a todo o povo brasileiro do campo e da cidade e assim combater a fome, em contraposição ao agronegócio, que usa trabalho escravo e concentra a terra, espalhando mais miséria e destruição no campo", diz a nota publicada pelo movimento.
A Gazeta do Povo tentou contato com o Ministério da Agricultura para buscar um posicionamento da pasta sobre a invasão, mas não recebeu retorno até o fechamento desta matéria.
Ações do Abril Vermelho do MST iniciam após adiamento de anúncios de Lula
Com o início do Abril Vermelho, mês que é marcado historicamente por uma série de ações do MST, o governo prometeu que lançaria o que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chamou de "prateleira de terras" para tentar frear as invasões de terras. A prateleira de terras consiste no mapeamento de áreas improdutivas ou devolutas da União que poderiam ser encaminhadas para atender a demandas do MST.
No entanto, a invasão na Bahia ocorreu no dia seguinte ao anúncio de que o governo adiara o lançamento. Além da invasão, integrantes do MST da Bahia também realizarão uma marcha que deve partir de Feira de Santana nesta terça-feira (9) e seguirá até Salvador até 17 de abril. A caminhada por 110 km, é feita por cerca de 3 mil sem terras, de acordo com as informações publicadas pelo MST.
As ações ocorrem em um contexto em que o movimento dá sinais de insatisfação com o governo Lula. Militantes têm se queixado da demora do governo em destinar terras para criação de assentamentos.
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