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Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) invadiram, neste domingo (23), três fazendas na Bahia horas depois de deixar uma área da Embrapa ocupada na semana passada, como parte das ações do chamado “Abril Vermelho”.
De acordo com informações divulgadas pelo próprio movimento, as invasões ocorreram nos municípios de Guaratinga e Jaguaquara, no Sul do estado, com 118 e 200 famílias, respectivamente; e em Juazeiro do Norte, na região norte baiana, com outras 200 famílias. O movimento pede que as três fazendas sejam usadas para a reforma agrária.
Além das invasões, o MST também começou neste fim de semana o que seria uma espécie de “formação” de militantes em estados das regiões Sudeste e Nordeste. “Militantes estarão dedicados ao estudo e aos desafios de formar uma brigada de caráter nacional, para a projeção de dirigentes do MST no próximo período”, disse o movimento em nota.
A invasão às três novas áreas na Bahia ocorreu no dia seguinte ao início da desocupação de uma unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em Pernambuco, onde 600 famílias foram realocadas em um terreno próximo.
Apesar de ser um apoiador histórico do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a invasão gerou críticas de parlamentares e de ministros do governo, como Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário), Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Carlos Fávaro (Agricultura).
Desocupação da fazenda da Suzano pode ocorrer nesta semana
Por outro lado, se espera para esta semana a desocupação da fazenda da multinacional de celulose Suzano, em Aracruz (ES), a partir de quinta-feira (27).
A área foi invadida na semana passada junto de outras propriedades em estados como Pernambuco, São Paulo e Minas Gerais. O movimento pede a aceleração de projetos de reforma agrária.
Segundo integrantes do MST, a desocupação das áreas da Suzano no Espírito Santo foi acertada após uma reunião com o governo do estado e representantes do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), entre outros órgãos.
Em princípio, a desocupação deveria ter começado ainda neste fim de semana, mas foi adiada após a Polícia Militar afirmar que não havia “condições objetivas para fazer o despejo seguindo os protocolos legais necessários”, informou em nota do movimento.
Entre as condições estava a falta de uma área para assentar provisoriamente as 200 famílias que participaram da invasão. Uma nova reunião marcada para terça (25) vai definir o local para abrigar os trabalhadores após a ação de despejo.
A reunião que definiu a desocupação da área da Suzano também acertou que será realizado um planejamento de curto e médio prazo para o assentamento das mil famílias do MST acampadas em fazendas no Espírito Santo.
Com as invasões deste domingo (23), o movimento já soma 32 ações apenas neste ano.