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Nesta sexta-feira (8), o Movimento Sem-Terra (MST) invadiu a sede do governo do Rio Grande do Norte, uma fazenda na região metropolitana de Belo Horizonte (MG) e realizou atos em Salvador (BA) e no Distrito Federal (DF).
Segundo o movimento, as ações coordenadas fazem parte da "Jornada Nacional de Luta".
Liderados por mulheres em referência ao dia 8 de Março, os militantes cobraram o governo Lula pela “efetivação da pauta do movimento”.
Em Natal (RN), a marcha em direção à sede do governo começou na quinta-feira (7). De acordo com o MST, cerca de 400 mulheres participaram do protesto. O estado é governado pela petista Fátima Bezerra.
Na marcha, as mulheres exibiam cartazes com a seguinte mensagem: “Governadora, quando vai resolver a nossa pauta?”.
Já a fazenda Aroeira, localizada no município de Lagoa Santa, em Minas Gerais, foi invadida durante a madrugada por cerca de 500 famílias. De acordo com o MST, a propriedade não cumpre a “função social” e está abandonada e improdutiva.
“Estamos aqui hoje nessa ocupação protagonizada pelas nossas mulheres em função do 8 de março, mas também em função dos travamentos da nossa pauta da Reforma Agrária. São mais de 5 mil famílias acampadas aqui no estado de Minas Gerais, entre elas, estão as famílias do acampamento Terra Prometida, em Felisburgo, onde que aconteceu o massacre em 2004, das famílias da Fazenda Ariadnópolis, em Campo do Meio, e as famílias no Vale do Rio Doce, na área da Suzano. São vários acampamentos com mais de dez anos sem respostas do governo”, disse a coordenadora estadual do MST em Minas Gerais, Maria Eni.
Também liderados por mulheres, outro grupo do MST fechou uma das principais avenidas de Salvador (BA) em protesto “contra as violências que atingem o campo e a cidade”.
Segundo o MST, “a mobilização denuncia a crescente onda de violências que continua em diversos territórios do estado, o que resultou nos últimos meses no assassinato de duas lideranças mulheres, a Mestra Nega Pataxó, no Sul da Bahia, durante uma retoma de território pelo povo Pataxó Hã Hã Hãe e a Mãe Bernadete, que há anos também reivindicava seu território e já tinha perdido o seu filho, também assassinado”.
O MST também protestou contra a reação de Israel em Gaza e reforçou narrativa do governo Lula sobre um suposto “genocídio do povo palestino”.
No Distrito Federal (DF), outro grupo de mulheres do MST realizou um ato pró-Palestina em frente à Embaixada de Israel.
Mais cedo, uma comissão formada por mulheres do MST foi recebida pelo superintendente do Incra no Rio Grande do Sul, Nelson José Grasselli, que já participou de invasões do movimento no estado na década de 1980.
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