MST monta acampamento em frente a fazenda em disputa judicial em Hulha Negra, no Rio Grande do Sul.| Foto: MST/Divulgação
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Um grupo de integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) montou acampamento em frente à uma fazenda em Hulha Negra, no Rio Grande do Sul. A fazenda é alvo de uma disputa judicial há cerca de 10 anos.

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Em outubro de 2023, um grupo do MST, formado por cerca de 60 famílias, já havia montado um acampamento há poucos quilômetros da fazenda que agora é alvo do novo acampamento. Desde então, produtores rurais montaram uma vigília para tentar proteger as propriedades vizinhas de invasões.

A família que morava no local, e briga pela posse da terra, foi intimada, no dia 29 de janeiro, a sair da propriedade em 15 dias. Ao recorrer da decisão, a família ganhou mais 60 dias para conseguir retirar os bens do local, mas passou a ter que lidar com a pressão dos acampados em frente à porteira da fazenda. Com isso, o grupo, que até então estava acampado em uma área cedida às margens da BR-293, mudou o acampamento de lugar.

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Em entrevista ao jornal Minuano, o coordenador de acampamentos do MST na região, Ildo Pereira destacou que a área já tem destinação. “A área já é do Incra e vai ser assentamento, já foi destinada para algumas famílias que estavam acampadas na região Metropolitana, que são os primeiros que necessitam”, disse. Pereira também afirmou que, no total, o grupo mobilizado na região de Hulha Negra, é formado por 850 famílias.

Entenda o caso envolvendo o acampamento do MST

A fazenda onde o grupo do MST montou acampamento em Hulha Negra faz parte de uma área maior, que possui 443 hectares, no total. Toda a área está em disputa judicial, mas apenas uma área de 150 hectares, era utilizada pela família que recebeu a ordem para desocupar o local.

A disputa judicial foi iniciada após o Incra receber a área em doação da Secretaria do Patrimônio da União (SPU), em 2015. Em outubro de 2023, uma decisão da Justiça Federal de Bagé reconheceu a legalidade da transferência. Desde então, o Incra busca a desocupação da área para destinar o imóvel para a reforma agrária.