O líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, afirmou, em vídeo, que as invasões em áreas urbanas que vem ocorrendo no Paraná podem “se reproduzir” em outros locais. “Esses sinais que estão aparecendo em Curitiba, tendem a se reproduzir, nas próximas semanas e meses, em outras cidades”, afirmou Stédile, no fim de abril.
Em janeiro de 2024, Stédile fez afirmações semelhantes ao apontar que haveria mais invasões de terra. Somente no mês de abril, em meio as mobilizações do Abril Vermelho, o MST promoveu mais de 30 invasões em todo o país. Em todo o ano de 2023 foram registradas 71 invasões.
A fala do líder do MST ocorre após uma retomada nas ocupações urbanas na capital paranaense. Stédile afirmou que houve pelo menos “duas grandes ocupações” em Curitiba nas últimas semanas. Um dos casos ocorreu no dia 27 de abril, quando um grupo de pelo menos 200 pessoas invadiu um terreno no bairro Campo Comprido. No vídeo, Stédile disse também que a invasão foi alvo de repressão policial por parte da Polícia Militar que teria feito um “cerco” no local.
Em sua fala, Stédile enfatiza que o MST tem ajudado permanentemente os movimentos dos sem-teto. “Em uma marcha, há dois meses, foi feito um protocolo de intenções com o Ministério das Cidades e a Secretaria Geral da Presidência da República, que o governo Lula criaria uma ouvidoria de conflitos urbanos, pra se antecipar aos despejos e propor soluções”, disse o líder do MST. Stédile também reclamou que a demanda ainda não foi atendida pelo governo Lula.
Dentre os movimentos sociais que têm participado das ações com o MST estão o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto no Paraná (MTST-Paraná), o Movimento de Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos (MTD) e o Movimento Popular por Moradia (MPM).
Além da cobrança sobre a ouvidoria, Stédile também fez críticas à lentidão no atendimento das demandas dos povos indígenas por demarcação de terras sob o governo Lula.
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