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José Múcio Monteiro
José Múcio Monteiro, ministro da Defesa do governo Lula, diz que Forças Armadas não têm a ver com ruptura| Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O ministro da Defesa, José Múcio, afirmou que não vê "omissão" as ações do ex-comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, por não ter denunciado uma alegada tentativa do ex-presidente Jair Bolsonaro de promover uma ruptura institucional após o resultado das eleições de 2022.

“Há uma noção de hierarquia muito forte. E o ex-comandante puniu, disse: ‘Olha, está errado, a gente não quer participar’. Eu acho que as três forças participaram da melhor forma possível, igual, não participaram”, afirmou o ministro da Defesa. Ele deu uma declaração rápida no Palácio do Planalto e não deu mais detalhes.

Freire Gomes havia dito em depoimento à Polícia Federal que, em ao menos duas reuniões, Bolsonaro tratou com ele a ideia de usar um decreto de Garantia da Lei e da Ordem, de Estado de Defesa ou de Estado de Sítio para intervir nas eleições. Os depoimentos vieram a público na semana passada.

Críticos do ex-comandante do Exército vêm afirmando que se ele sabia que Bolsonaro cogitava um suposto golpe de Estado, deveria ter denunciado o ex-presidente.

Aliados de Bolsonaro afirmam que as tratativas do suposto golpe não aconteceram e reservadamente vêm questionando o fato de apenas militares ligados ao ex-presidente estarem sendo perseguidos pela Justiça. Eles dizem que se o Supremo vê uma tentativa de ruptura nas reuniões de Bolsonaro do final do ano de 2022, então deveria punir todos, até quem teve conhecimento do debate mas não denunciou.

O ministro ainda reiterou a integridade das Forças Armadas diante das investigação da polícia. “Meu discurso é o mesmo: as três forças não participaram. Algumas pessoas que compõem a força tinham vontade de participar disso [o golpe]”, ponderou.

A Gazeta do Povo apurou que Lula está satisfeitos com o desempenho do ministro da Defesa. José Múcio afirmou que espera o melhor cenário possível para o relacionamento do governo com os militares em 2024, mas não explicou o que queria dizer exatamente com isso.

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