Municípios da região de Tubarão vão fechar tudo nos próximos nove dias para tentar conter o avanço do coronavírus no sul de Santa Catarina.| Foto: Ricardo Wolffenbuttel/Secom SC
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Após a prefeitura de Tubarão, no sul de Santa Catarina, decretar lockdown para conter o avanço do novo coronavírus, prefeitos de 17 cidades da região assinaram uma resolução se comprometendo a replicar a medida nas demais cidades. As medidas estão previstas para durar nove dias e todas as atividades não essenciais serão suspensas.

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Tubarão é a cidade que concentra os leitos para tratamento da covid-19 na região. A situação ficou crítica após o Hospital Nossa Senhora da Conceição atingir 100% da capacidade de internação em UTIs.

O número de pessoas infectadas na cidade passou de 542 para 944 em 10 dias. Em Laguna, município vizinho, o número de novos casos cresceu vertiginosamente, saltando de pouco mais de 100 infectados na semana passada para 800 na terça-feira (14).

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O lockdown passa a valer a partir desta quinta (16), nos 18 municípios da região da Associação dos Municípios da Região de Laguna (Amurel), que inclui Tubarão, Laguna, Braço do Norte (um dos primeiros focos da doença no estado), Imbituba e cidades vizinhas.

"Foi uma medida inevitável diante da falta de leitos nos hospitais. Nós acreditamos que essa decisão pode ser inclusive replicada para outras regiões, como no Meio Oeste, Vale do Itajaí e na região de Blumenau", afirmou Orildo Severgnini, presidente da Federação Catarinense dos Municípios.

Severgnini lembrou que, além dos esforços para abertura de novos leitos, o estado ainda sofre com a falta de insumos para intubação de pacientes e criticou o governo do estado. "O governo adotou a regionalização e se comprometeu com a infraestrutura, mas no meio do caminho abandonou as administrações locais", declarou.

O avanço da doença em Santa Catarina se intensificou no último mês, após a flexibilização das regras de isolamento. O estado foi um dos primeiros a adotar medidas mais rígidas, e ainda em 17 de março determinou que só serviços essenciais poderiam funcionar. Mas ainda em abril, quando tinha menos de mil casos confirmados e 52 mortes, o afrouxamento iniciou com a reabertura do comércio e de shoppings centers.

Em 1º de junho, o governador Carlos Moisés (PSL) emitiu decreto autorizando municípios a adotarem eles próprios as regras para flexibilização do isolamento. Em 8 de junho, o transporte coletivo voltou a circular nas principais cidades catarinenses. Nesta data, o número de infectados já passava de 13 mil e 228 mortes.

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Atualmente, Santa Catarina tem quase 48 mil casos confirmados e 569 mortes. O número de internações em UTIs não para de aumentar, e diversas unidades de atendimento têm comunicado que chegaram ao limite da capacidade de atendimento.

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Santa Catarina tem 403 internados em UTIs

O número de internações em UTIs para tratamento da Covid-19 mais que dobrou em 30 dias. Há um mês, em 15 de junho, eram 182 pessoas internadas para tratamento da doença. Na última terça-feira (14), esse número chegou a 403. Entre as pessoas que estão internadas nas UTIs atualmente, 223 possuem algum tipo de comorbidade. Cidades como Balneário Camboriú, Joinville, Jaraguá do Sul, Lages e Tubarão atingiram o limite de internações nesse período.

Por outro lado, o governo do estado tem anunciado abertura de novos leitos, como ocorreu esta semana na Grande Florianópolis, que chegou a ter 97% das UTIs ocupadas. Também foi anunciada possibilidade de contratação de leitos na rede privada.

O estado também aguarda desde o dia 8 de junho a finalização da compra de insumos para intubação de pacientes, que também está em falta. A negociação é realizada com fornecedor do Uruguai.

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No início desta semana, após reunião da Comissão Externa da Câmara que trata do assunto, ficou acordado que o governo federal vai fazer a transação através do Ministério da Saúde. Ainda não há data para chegada dos medicamentos no estado.

Procurada, a Secretaria de Saúde não quis comentar o lockdown no sul do estado. O Estado também não soube informar quando devem chegar os insumos para intubação de pacientes.

O tamanho da pandemia de coronavírus no Brasil

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