O ex-presidente Jair Bolsonaro na chegada à Agrishow.| Foto: Marcos Tosi/Gazeta do Povo
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Em um auditório lotado de produtores rurais, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fez nesta segunda-feira (29) a abertura não oficial da 29ª Agrishow, a maior feira tecnológica do agro brasileiro, em Ribeirão Preto (SP).

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A organização da feira ajustou as agendas para evitar que se repetisse a saia-justa do ano passado, quando o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, foi “desconvidado” para a cerimônia de abertura em que estava o ex-presidente, numa tentativa de evitar hostilidades do setor do agro, fortemente alinhado com Bolsonaro.

Desta vez, a abertura oficial com a presença de Fávaro e do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, ocorreu em cerimônia reservada, no domingo (28), enquanto a abertura “festiva” foi nesta segunda-feira, com a presença de Bolsonaro, dos governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), e vários ex-ministros do governo anterior.

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Bolsonaro foi saudado por Tarcísio, que lembrou que o governo anterior ocorreu num contexto de pandemia, crise hídrica e guerra da Ucrânia, e mesmo assim deixou um legado econômico e de aprovação de reformas. “A economia hoje vive da inércia do que foi feito em gestões passadas, particularmente pelo governo anterior”, destacou Tarcísio.

No discurso, Bolsonaro destacou o legado de seu governo em obras e no combate à corrupção. Um dos exemplos citados foi da Ceagesp, onde a situação encontrada se comparava a “um caso de polícia”, segundo ele.

“Fui buscar dentro da Polícia Militar o ex-comandante da Rota, coronel Ricardo Mello Araújo, que fez um trabalho lá, onde passam 50 mil pessoas por dia. Tinha todos os problemas das grandes cidades, e ele resolveu todos, em especial o da corrupção a conta-gotas”, afirmou Bolsonaro.

O ex-presidente agradeceu às pessoas que enviaram Pix para ajudá-lo a custear multas e a defesa nos processos que tem enfrentado.

“Obrigado para quem deu Pix para mim, nunca vi tanto dinheiro na minha vida. Me deu tranquilidade. Quase metade já foi com advogados e algumas multas, mas tudo está indo muito bem”, sublinhou.

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Ele citou o Pix para lembrar a mensagem que recebeu de um empurrador de carrinhos da Ceagesp, junto ao recibo de depósito de R$ 100. “Para mim é bastante dinheiro, mas com os administradores anteriores eu pagava R$ 160 por mês para empurrar carrinho no Ceagesp”, disse o trabalhador, segundo o relato do ex-presidente.

“Fechamos o ralo da corrupção”, disse Bolsonaro, acrescentando os recursos da usina de Itaipu possibilitaram construir a segunda ponte com o Paraguai, começar uma terceira para o futuro corredor bioceânico, o asfaltamento da estrada transboiadeira e a ampliação do aeroporto de Foz do Iguaçu.

“Os portos passaram a dar lucro. O porto de Santos dava um prejuízo de R$ 500 milhões, que virou lucro de R$ 500 milhões, sem aumentar a tarifa”, destacou. “Duvido quem lembra do nome de cinco ministros do atual governo, seja por falta de qualificação ou por um mínimo de moral para estar à frente de um cargo tão importante”, provocou Bolsonaro.

Aclamado por gritos de “volta Bolsonaro”, o ex-presidente destacou novamente o legado de herdeiros políticos.

“Se eu não voltar um dia, fiquem tranquilos, plantamos sementes ao longo desses quatro anos que descobrimos que também tem capacidade de levar adiante este grande país. Tem sementes mais velhas, mas com condições de germinar e dar bons frutos também”, brincou, ao lado do governador Ronaldo Caiado, de Goiás, que tem se colocado como pré-candidato à Presidência da República. A seu lado também estava o governador Tarcísio, de São Paulo, outro nome que costuma ser cotado para o Planalto.

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*O jornalista viajou a convite do pool de imprensa da Agrishow