Identificado como Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, o autor das explosões ocorridas na noite desta quarta-feira (13), na Praça dos Três Poderes, deixou uma mensagem no espelho do banheiro da casa onde vivia de aluguel, em Ceilândia, cidade satélite de Brasília.
No local, a polícia encontrou a seguinte frase: “Débora Rodrigues, por favor, não desperdice batom. Isso é para deixar as mulheres bonitas. Estátua de merda se usa TNT”.
Citada na mensagem deixada por Francisco, Débora Rodrigues é a cabeleireira mantida presa por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), por ter rabiscado a frase “Perdeu Mané” na estátua “A Justiça”, durante os atos do dia 8 de janeiro de 2023.
Francisco detonou um dos explosivos sobre si próprio próximo do mesmo monumento. A explosão matou Francisco.
A mensagem deixada por ele no espelho está sendo usada pela Polícia Federal (PF) para justificar uma suposta ligação entre os atos de Francisco e os atos do 8 de janeiro.
"A mensagem fazia menção a um ato de pichação que foi feito no 8 de janeiro na estátua A Justiça. E é importante dizer que não foi apenas um ato de pichação. Foi um ato gravíssimo contra o estado democrático de direito e essa pessoa está presa até o presente momento, e que mostra essa vinculação dos grupos radicais que culminam nessa barbárie de tentar matar ministros da Suprema Corte e que culminou com esse lamentável episodio do suicídio dessa pessoa", disse o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, nesta quinta-feira (14).
Caso Débora
No fim de setembro, o ministro Alexandre de Moraes negou o terceiro pedido de liberdade apresentado pela defesa da cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos, de 38 anos.
Débora está presa desde o dia 17 de março de 2023, quando foi alvo da oitava fase da Operação Lesa Pátria, deflagrada pela Polícia Federal. Débora tem dois filhos, um de 10 anos e outro de seis.
A frase rabiscada pela cabeleireira faz alusão a uma frase dita pelo presidente do STF, Luís Roberto Barroso, após a eleição de 2022, em Nova York, a um brasileiro que o questionou sobre a atuação política do Tribunal, principalmente, em relação ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A reação do ministro foi gravada.
Ao voltar para o Brasil, Barroso disse que não se arrependeu da fala e reclamou dos xingamentos que recebeu de brasileiros enquanto esteve em Nova York.
De acordo com a defesa da cabeleireira, ela não entrou em nenhum prédio público.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou Débora por associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça, com emprego de substância inflamável, contra o patrimônio da União e com considerável prejuízo para a vítima e deterioração de patrimônio tombado.
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