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O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse nesta quarta-feira (29) que “não há truque ou bala de prata” para solucionar a queda na aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A declaração ocorreu após o PoderData apontar que a desaprovação do governo atingiu 51% dos brasileiros, principalmente na sua própria base de apoio: nordestinos e lulistas.
De acordo com Padilha, o próprio presidente tem cobrado da sua equipe soluções para temas como a inflação no preço dos alimentos. "Quem pensa em truques, quem pensa em bala de prata sobre isso, em geral colhe um resultado negativo. Não é a primeira vez que a gente governa o país", declarou em entrevista à Folha.
"A gente tem experiência suficiente para manter a economia no rumo certo, reafirmando as medidas que criam um ambiente econômico positivo", acrescentou.
Ao ser questionado sobre as prioridades do governo no Congresso, Padilha afirmou que será apresentado uma "agenda completa" na segunda semana de fevereiro, após a retomada dos trabalhos legislativos. Segundo ele, entre as medidas, constará a PEC da Segurança, além de propostas para enfrentar crimes no ambiente digital e fortalecer o empreendedorismo.
O ministro também garantiu que "a reforma do Imposto de Renda" será um dos grandes debates ao longo deste ano. "O texto ainda é do Ministério da Fazenda, que está fechando tecnicamente. O prazo é para ser aprovado neste ano, para que possa valer no ano que vem", explicou.
Reforma ministerial e troca de cadeiras
O ministro de Lula também comentou sobre a reforma ministerial que o presidente Lula pretende fazer nos próximos meses. Uma das possíveis mudanças é a troca de Padilha para o Ministério da Saúde ou da Defesa, mas sem confirmação no momento. "Vou continuar contribuindo com o presidente Lula, onde ele achar que tenho que contribuir. Essa coisa não tem interesse próprio. Não cabe ao jogador dizer sim ou não ao técnico", declarou.
Com a troca dos presidentes na Câmara e no Senado, Padilha não descartou a possibilidade do governo convocar Arthur Lira (PP-AL) ou Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para comandar algum ministério. Ele reforçou a parceria feita e os esforços na negociação para aprovar todas as medidas.
"Tanto o Lira quanto o presidente [do Senado] Rodrigo Pacheco (PSD-MG) serem cotados para vir para o governo é um sintoma de retomada das relações funcionais. Os dois têm credenciais políticas para assumir outros papéis da República, inclusive no governo", disse Padilha.
Em relação a eleição dos novos presidentes no Congresso, Padilha diz estar confiante em um "bom ambiente das relações institucionais". "Não tem a ver individualmente com quem está na presidência da Câmara ou do Senado", reforçou.