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Entrevista à Folha de S. Paulo

“Não se pode banalizar cassação e inelegibilidade”, diz advogada de Bolsonaro

Advogada Karina Kufa questiona ações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução Facebook - Carolina Antunes/PR )

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A advogada Karina Kufa, que representa o ex-presidente Jair Bolsonaro em pelo menos 50 processos, disse que vê fragilidade na acusação contra o ex-presidente por atacar as urnas eletrônicas em reunião com embaixadores no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). As informações foram dadas em entrevista à Folha de S. Paulo

Para Kufa, a ação contra o ex-presidente no TSE carece de elementos suficientes para tirá-lo das eleições por oito anos. "Não vejo nessa ação argumentos sólidos para uma inelegibilidade, principalmente de um candidato a presidente. Cassação e inelegibilidade são coisas muito sérias. Não pode banalizar", disse a advogada.

Ela ainda negou a ocorrência de abuso de poder político no episódio com os embaixadores em 2022 e disse não ver chance de inelegibilidade do ex-presidente Bolsonaro. "Acreditando no direito, a expectativa é que ele não tenha a inelegibilidade declarada", afirma ela.

A inclusão no processo da minuta encontrada pela Polícia Federal na casa de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça, também foi contestada pela advogada. Para ela, trata-se de uma extrapolação do marco temporal para apresentação de provas, sem observar o prazo para adicionar elementos. "Seguindo o direito, se esperarmos um julgamento estritamente legal, ele não fica inelegível", disse.

A advogada ainda disse à Folha que o debate sobre urnas eletrônicas e outros sistemas de votação "é totalmente democrático e legítimo", mas o erro foi, "depois de posto o sistema, questioná-lo". Segundo ela, a discussão deveria ter se dado no Congresso, com especialistas, e distante de ano eleitoral.

Na entrevista, Kufa também defendeu o direito de Lula (PT) indicar seu advogado e amigo Cristiano Zanin para a vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). "Não há nada que o impeça. É prerrogativa do presidente", afirmou.

Segundo a advogada, a atuação de Zanin no STF passará por outros mecanismos de controle além da suspeição e do impedimento, aplicados quando o ministro é impossibilitado de julgar um caso. Ela ainda lembrou que decisões monocráticas são submetidas às turmas ou ao plenário da corte.

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