Apesar do puxão de orelha em Lula, Jaques Wagner reforçou o entendimento do PT e do Planalto de que o presidente não deve se retratar com Israel| Foto: Marcos Oliveira/ Agência Senado
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Durante sessão de abertura do Senado, nesta terça-feira (20), o líder do governo na Casa, senador Jaques Wagner (PT), disse que “não se usa o Holocausto para nenhuma comparação”.

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A fala faz referência à crise diplomática deflagrada pelo presidente Lula (PT) ao comparar a reação israelense contra o grupo terrorista Hamas às mortes de judeus no Holocausto, política de extermínio de judeus implementada pelo ditador alemão Adolf Hitler.

“Eu entendo que aquilo que motivou a fala do presidente da República foi o silêncio das Nações contra o absurdo que é tentar fazer o ‘olho por olho, dente por dente’. É deplorável o ataque terrorista de 7 de outubro e, na minha opinião, é igualmente deplorável, por qualquer justificativa que seja, a chacina que está se fazendo contra civis na Palestina [...] Não vamos comparar seres humanos aqui, todos merecem o respeito de todos nós. Estou à vontade porque eu estou nesse partido (PT) há 45 anos, sou amigo do presidente Lula e tive a naturalidade, ontem, de visitá-lo e dizer: não tiro uma palavra do que Vossa Excelência disse, a não ser o final que, na minha opinião, não se traz à baila o episódio do Holocausto para nenhuma comparação porque fere sentimentos, inclusive meus”, disse o senador que é judeu.

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Apesar do puxão de orelha em Lula, Jaques Wagner reforçou o entendimento do PT e do Planalto de que o presidente não deve se retratar com Israel.

A fala desastrosa de Lula ocorreu neste domingo (18), durante a Cúpula da União Africana, na Etiópia.

Na ocasião, Lula fazia críticas aos países ricos que suspenderam o financiamento à Agência das Nações Unidas para Refugiados Palestinos (UNRWA, na sigla em inglês). A UNRWA é acusada pelo governo de Israel de colaborar com o Hamas.

Vale lembrar que o Hamas comemorou a eleição de Lula em 2022 e também emitiu um comunicado, no domingo (18), elogiando o petista pela declaração contra Israel.

Ainda no domingo, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que comparar Israel ao Holocausto nazista e a Hitler "é ultrapassar uma linha vermelha". 

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Na manhã desta segunda-feira (19), o chanceler israelense, Israel Katz, informou que Lula foi declarado “persona non grata” em Israel. 

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]
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