Marinha vai usar lanchas blindadas e tanque anfíbio contra criminosos em portos no Rio e em São Paulo| Foto: Divulgação/Marinha do Brasil
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Uma lancha blindada que pode perseguir embarcações usadas por traficantes de drogas, blindados anfíbios que podem combater em terra e mar e navios de patrulha equipados com radares de navegação de longo alcance estão entre os equipamentos usados pela Marinha na operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) iniciadas nesta semana nos portos do Rio, Itaguaí e Santos.

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A Marinha do Brasil disponibilizou, nessa segunda-feira (6), o arsenal que vai ser utilizado durante operação em portos de São Paulo e do Rio de Janeiro para combate ao crime organizado. A força náutica vai utilizar 120 veículos e embarcações durante a ação que deve durar até o dia 3 de maio de 2024. A intenção é controlar a crise de segurança pública do país.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) autorizou no dia 1º de novembro a Operação da Garantia da Lei e da Ordem (GLO). A ação autoriza as Forças Armadas atuarem, junto à Polícia Federal (PF) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF), no controle de criminalidade.

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A decisão veio após a crescente escalada da violência no Rio de Janeiro. Ela tem como objetivo asfixiar uma das mais importantes fontes de renda de facções criminosas, como Comando Vermelho e Primeiro Comando da Capital, mas não deve resolver o problema do controle territorial de favelas e comunidades carentes no estado.

A Marinha atuará com 1.100 fuzileiros navais em terra e 800 marinheiros em embarcações, além de contar com equipamento militar pesado. A força naval desembarcou na baía de Guanabara (RJ), porto de Itaguaí (RJ) e no porto de Santos (SP). De acordo com a Força, esses portos têm “características de interligação que viabilizam o fluxo de mercadorias, o que atrai organizações criminosas, especializadas na condução do tráfico internacional de drogas e armamentos”.

Marinha conta com equipamento capaz de rastrear tiros

Com veículos blindados para mar e solo, a Marinha vai contar com o apoio de navios-patrulha, lanchas, carros lagarta anfíbio, viaturas Piranha, viaturas blindadas leves sobre rodas (JLTV), embarcações de casco rígido, caminhões tanques, lancha de inspeção naval e outros veículos diversos para apoio.

O destaque do arsenal é o jipe blindado JLTV, considerado um dos modelos mais modernos do mundo que vai substituir o jipe leve Humvee, usado para transportar tropas de comandos nas guerras dos Estados Unidos no Oriente Médio e forças especiais na guerra da Ucrânia.

Adquirida da empresa norte-americana Oshkosh Defense, a versão brasileira possui uma estação para armamento com metralhadora .50, 7.62 (MAG) e lançador de granadas 40mm. O veículo também tem capacidade para sustentar tiros de fuzil.

Blindado JLTV (Joint Light Tactical Vehicle - Veículo Tático Leve Conjunto)| Foto: Divulgação/Marinha do Brasil
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A força também já deslocou navios-patrulha para os portos do litoral paulista e carioca. Utilizando seis versões da embarcação, o "Apa" ganha destaque devido à sua capacidade de detectar a direção de disparos. Construídos em 2009, eles são baseados na classe de navios da Marinha Real Britânica e tem capacidade de deslocamento de 2.000 toneladas, além de poder ficar um longo período em alto mar sem precisar de apoio logístico.

Com 90,5 metros de comprimento e 13,5 m de largura, a embarcação também conta com radar de navegação de longo alcance. Isso pode ajudar os militares a localizarem pequenas embarcações suspeitas que se infiltram nos portos, com luzes apagadas e instrumentos desligados, carregadas de drogas.

O Apa ainda é armado de um canhão MSI DS-30M/Mk-44 de 30 mm, duas metralhadoras MSI DS-25M/Mk-242 Bushmaster de 25 mm e duas metralhadoras de Browing 12,7 mm (.50). O navio-patrulha também possui dois pontos para montagem de fuzis de 7,62mm e dois lançadores de foguetes iluminativos de 57 mm. O veículo ainda possui enfermaria com dez leitos e sala de cirurgia.

O navio, contudo, não deve usar suas armas mais pesadas no combate ao narcotráfico, mesmo que seja atacada pelos traficantes. Mas servirá de base e central de comando e controle para equipes táticas de militares em pequenas lanchas blindadas e botes de borracha que serão usados para perseguir e prender suspeitos navegando em embarcações clandestinas.

A força naval conta com quatro modelos de lancha durante a operação nos portos. Elas são: uma do tipo “Cação”, blindada, para inspeção naval; uma “Mangangá”, também blindada e para inspeção naval; uma LAEP 10, uma de apoio ao ensino e patrulha; e uma LAEP 7 que desempenha o mesmo papel da de número 10.

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Navio de Patrulha Oceânica "Apa"| Foto: Divulgação/Marinha do Brasil

Blindado anfíbio Piranha aguenta tiros de fuzil e pode operar na terra e no mar

A força naval ainda conta com o uso dos blindados piranha, que é um tipo de APC (blindado de transporte de pessoal, em tradução livre). O veículo é fabricado pela empresa suíça Mowag GmbH e a versão usada pela Marinha é do tipo 8x8. Destinada ao transporte tático ou logístico de pessoal e materiais, o blindado realiza ações em terra, com capacidade de prestar limitado apoio de fogo e proteção blindada, transpor obstáculos e de realizar travessia de pequenos cursos d'água com correnteza moderada.

O blindado ainda conta com capacidade para empregar armamentos do tipo .50, metralhadora automática a gás 7,62 mm (MAG), metralhadora 5,56 mm MINIMI ou lançador de granada 40 mm (LAG SB-M2 40 mm). Sua blindagem oferece proteção contra estilhaços de granadas, minas antipessoal e tiros de armas de pequeno calibre. Seu Sistema Central de Calibragem dos Pneus (Central Tire Inflation System – CTIS) permite ainda que ele faça um bom deslocamento em solo.

Viatura blindada especial sobre rodas - Blindado Piranha | Foto: Divulgação/Marinha do Brasil

Já os Carros Lagarta Anfíbios, que também compõe o arsenal da Marinha nos portos do Rio de Janeiro e São Paulo, são utilizados para transporte de pessoas e serão empregados para realizar o Movimento Navio para a Terra (MNT). Ou seja, com função similar aos Piranhas — embora possuam capacidade para transportar mais soldados — os Lagartas são mais pesados e lentos. Sua função original numa guerra é desembarcar anfíbios: levando soldados dos navios para praias.

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Na Marinha brasileira ele é usado para a função de comando de outras tropas pois possui uma quantidade de equipamentos de rádio suficiente para operar um Centro de Operações de Combate (COC). Com menos blindagem e armamento, geralmente esse modelo possui apenas uma metralhadora de grande calibre.

Carro Lagarta Anfíbio para Transporte de Pessoal | Foto: Divulgação/Marinha do Brasil
Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]