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O presidente Jair Bolsonaro escolheu nesta quinta-feira (16) o nome do médico oncologista Nelson Teich para o Ministério da Saúde. Ele vai substituir Luiz Henrique Mandetta, exonerado depois de uma escalada de conflitos com Bolsonaro sobre a melhor política de saúde para lidar com a pandemia de coronavírus no país. Teich se reuniu com o presidente pela manhã, em um encontro fora da agenda oficial. O novo ministro tem apoio da classe médica e da Associação Médica Brasileira (AMB), além de boa relação com empresários do setor.
Natural do Rio de Janeiro, Teich é médico oncologista formado pela Unidade Estadual do Rio e empresário, tendo fundado e presidido o Cento de Oncologia Integrado (COI) e o Instituto COI até 2018 e 2015, respectivamente. Foi consultor de saúde durante a campanha eleitoral de Bolsonaro.
O médico chegou a ser cogitado para comandar a Saúde antes da escolha de Mandetta, que foi indicado pelo governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM) — aliado de primeira hora do presidente que rompeu recentemente com Bolsonaro por divergir em relação à política de enfrentamento à Covid-19.
Entre setembro de 2019 e janeiro deste ano, Teich prestou orientações ao Departamento do Complexo Industrial e Inovação em Saúde do Ministério da Saúde. Atualmente faz doutorado na Universidade de York, no Reino Unido, nas áreas de ciências da saúde e economia da saúde. Ele desenvolve, desde dezembro de 2018, pesquisa acadêmica sobre "restrições orçamentárias e custos de oportunidade em oncologia no sistema de saúde brasileiro".
Segundo o portal Poder 360, o novo ministro também teve participação no MDI Instituto de Educação e Pesquisa, onde era sócio de Denizar Vianna, atual secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde. Foi também consultor em economia da saúde no Hospital Israelita Albert Einstein, entre 2010 e 2011.
Teich também defende o isolamento social
Recentemente, Teich publicou textos sobre a pandemia de coronavírus, dizendo rejeitar a "polarização entre economia e saúde". Assim como Mandetta, ele defende o isolamento social horizontal — quando todos são orientados a evitar contatos sociais — para combater a pandemia. Ele publicou um artigo recente sobre o coronavírus em que defende a medida.
"Diante da falta de informações detalhadas e completas do comportamento, da morbidade e da letalidade da Covid-19, e com a possibilidade do Sistema de Saúde não ser capaz de absorver a demanda crescente de pacientes, a opção pelo isolamento horizontal, onde toda a população que não executa atividades essenciais precisa seguir medidas de distanciamento social, é a melhor estratégia no momento", afirmou. O artigo foi publicado no dia 3 de abril.
No mesmo artigo, o novo ministro também classifica o isolamento vertical, defendido por Bolsonaro, como estratégia frágil para combater o vírus. “Essa estratégia também tem fragilidades e não representaria uma solução definitiva para o problema. Como exemplo, sendo real a informação que a maioria das transmissões acontecem a partir de pessoas sem sintomas, se deixarmos as pessoas com maior risco de morte pela Covid-19 em casa e liberarmos aqueles com menor risco para o trabalho, com o passar do tempo teríamos pessoas assintomáticas transmitindo a doença para as famílias, para as pessoas de alto risco que foram isoladas e ficaram em casa. O ideal seria um isolamento estratégico ou inteligente”, escreveu Teich.
O novo ministro também defende a estratégia de testagem em massa da população para identificar quem está infectado. A política adotada pelo Ministério da Saúde, até agora, era a testagem apenas de casos graves suspeitos de coronavírus.