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Um grupo de 15 dos principais opositores do regime ditatorial de Daniel Ortega, da Nicarágua, enviou uma carta ao Foro de São Paulo denunciando as violações das liberdades civis no país. No comunicado, os exilados o chamam de “o pior dos ditadores neoliberais” e que passam longe do viés “esquerdista e anti-imperialista”.
Os signatários da carta dizem que a Nicarágua vive um “regime de terror, que viola cotidianamente todas as liberdades civis, aniquila a democracia e a justiça e submete o povo a uma opressão pior do que a imposta pela ditadura anterior”, afirmam em referência ao regime de Anastasio Somoza, derrubado em 1980 pela Frente Sandinista de Libertação Nacional, o qual Ortega é um dos membros.
Entre os autores da carta está Sergio Ramírez, ex-vice-presidente em um dos mandatos de Ortega; a poetisa Gioconda Belli e a ex-guerrilheira Dora María Téllez, uma das comandantes da revolução. Todos são ex-aliados do atual ditador e chegaram a ser presos, sendo expulsos do país no começo do ano e tendo a cidadania cassada.
A carta foi enviada ao Foro de São Paulo em alusão ao encontro do movimento que será realizado no Brasil no final do mês. “Pedimos aos partidos e organizações que compõem o Foro que denunciem e condenem o regime de terror na Nicarágua, que é incompatível com os princípios de uma esquerda que pretende ser uma alternativa às injustiças do mundo em que vivemos”, completam.
Embora a Nicarágua viva sob uma ditadura que tem fechado veículos de imprensa, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enviou um texto recentemente à Assembleia-Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA) pedindo a retirada de críticas ao regime do país, como uma forma de abrandar as relações diplomáticas.
A OEA apresentou aos países membros um texto em que propõe medidas contra a Nicarágua. Porém, o governo brasileiro, sugeriu modificações, especialmente com relação ao ponto que a organização pede a volta da democracia na Nicarágua, enquanto que o governo PT pede o "fortalecimento da democracia".
