O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG)| Foto: Mário Agra / Câmara dos Deputados
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O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) disse que o seu partido terá de “tomar uma atitude” no caso de o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), não colocar o PL da Anistia dos réus do 8 de janeiro em votação durante o mês de dezembro deste ano.

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É que o PL apoiou a candidatura de Hugo Motta (Republicanos-PB) à Presidência da Câmara em troca de Lira colocar a proposta de anistia em votação antes do término do seu mandato. Lira tem trabalhado para eleger Motta como seu sucessor no comando da Casa legislativa.

Lira conseguiu reunir o apoio do PL e do PT para eleger Motta. Até este momento, apenas três partidos não estão com Motta: Avante, PSOL e Novo.

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O deputado Nikolas Ferreira tem feito críticas à aliança entre o seu partido e o PT em torno da candidatura de Motta.

Nikolas nega candidatura própria à Presidência da Câmara

Uma das possibilidades aventadas pela imprensa é de que Nikolas poderá lançar candidatura própria à Presidência da Casa para marcar posição contra Motta e o Centrão. 

O deputado nega a intenção de uma candidatura própria, mas cobra uma atitude do seu partido, caso Lira não coloque o PL da Anistia em votação no próximo mês.

“Obviamente, isso tem que ser conversado com o presidente Bolsonaro, com o presidente do PL, com o líder do PL [na Câmara]. Acho que, se o acordo não for cumprido, a gente tem que tomar uma outra atitude. Não sei se é essa, de lançar um candidato, mas eu acredito que tem que tomar uma outra atitude”, disse o deputado em entrevista ao jornal Valor Econômico.

“Minha posição é essa, é apoiar ele [Motta] por esse motivo. Esperar para ver se isso realmente vai acontecer até o final do mandato do Lira, se isso realmente vai ser cumprido, porque o acordo era até dezembro”, completou.

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A entrevista de Nikolas foi publicada nesta quinta-feira (21), porém, foi realizada dias antes da prisão de quatro militares e um policial federal por suposto plano para matar, em 2022, o presidente Lula (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, e do indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras 36 pessoas por suposta tentativa de golpe de Estado.

“Estão falando [de candidatura própria] porque é maluco, onde que ouviu falar isso? Onde que eu vou tomar uma posição dessa magnitude sem consultar as pessoas e, enfim, sem ter um consenso? Pra mim, não. As pessoas apostam que eu quero protagonismo, eu não quero. Simplesmente faço as coisas que acredito”, afirmou Nikolas.

Lira tirou projeto de Anistia da CCJ

No fim de outubro, Arthur Lira decidiu retirar o PL da anistia aos presos do 8 de janeiro (Projeto de Lei 2858/22) da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa. O relatório do projeto seria discutido no dia seguinte.

A decisão de Lira ocorreu no momento em que oposição e governo se articulavam para a disputa da presidência da Câmara. 

O deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) prometeu ao PT que deixaria o projeto da anistia de fora da campanha eleitoral na Câmara. Segundo Motta, caberia a Lira resolver o assunto até o fim deste ano.

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Já o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, condicionou o apoio do partido à candidatura de quem se comprometesse com a aprovação do PL da Anistia.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]