PF aponta que fala do deputado contra Lula tem “menor potencial ofensivo” que não justifica indiciamento.| Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados
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A Polícia Federal (PF) decidiu que não indiciará o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) por uma suposta injúria ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante um evento na Organização das Nações Unidas (ONU) em novembro do ano passado. A autoridade afirmou que as declarações dele, embora ofensivas, configuram um crime de menor potencial ofensivo que não justifica um indiciamento.

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Durante um discurso no evento, Nikolas se referiu ao presidente como “ladrão que deveria estar na prisão” ao citar o filósofo Olavo de Carvalho e criticou figuras públicas como Greta Thunberg e Leonardo DiCaprio por apoiarem Lula.

“O mundo seria um lugar melhor se não houvesse tantas pessoas querendo melhorá-lo. É uma citação ao filósofo Olavo de Carvalho e que se encaixa perfeitamente com Greta e Leonardo DiCaprio, por exemplo, que apoiaram nosso presidente socialista chamado Lula, um ladrão que deveria estar na prisão”, disse na ocasião.

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O deputado ainda não se pronunciou sobre a decisão da PF, que foi enviada ao ministro Luiz Fux, relator da ação no Supremo Tribunal Federal (STF), na última terça (18).

A PF abriu o inquérito em fevereiro de 2024 a pedido do Ministério da Justiça e afirmou, no relatório assinado pelo delegado Fabio Fajngold, que as declarações em tese configuram o crime de injúria. Porém, destacou que é um delito de menor potencial ofensivo.

“Posto isto, por se tratar de crime de menor potencial ofensivo, deixo de indiciar, e encerram-se os trabalhos de Polícia Judiciária, remetendo-se os presentes autos para apreciação e demais providências que se entendam pertinentes, permanecendo este órgão policial à disposição para eventuais outras diligências que sejam imprescindíveis ao oferecimento da denúncia”, apontou o documento a que o Estadão teve acesso.

Durante seu depoimento, Nikolas Ferreira confirmou a declaração e afirmou não se arrepender do discurso, alegando que foi uma manifestação de pensamento sem a intenção de ofender. “Basicamente é uma manifestação de pensamento e portanto a intenção não foi ofender”, disse segundo o termo de depoimento.

Com o encerramento das investigações pela PF, a Procuradoria-Geral da República (PGR) tem a prerrogativa de decidir o próximo passo: arquivar o caso, oferecer uma denúncia, ou solicitar diligências complementares.

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