O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) informou que apresentará um requerimento à Comissão de Comunicação da Câmara para ouvir a pesquisadora Michele Prado sobre alertas de uma suposta “milícia digital criada pela primeira-dama”, bem como o funcionamento de um “gabinete do ódio” e ações de “manipulação da opinião pública”.
“É de máxima importância ouvir e trazer luz a essas denúncias”, escreveu o parlamentar em uma publicação na rede social X, nesta terça-feira (14).
As publicações da pesquisadora têm repercutido nas redes sociais desde a segunda-feira (13), quando Prado informou sobre seu desligamento do Monitor do Debate Político no Meio Digital, um grupo de pesquisa mantido pela Universidade de São Paulo (USP).
Em suas publicações, Prado dá a entender que a demissão ocorreu depois que ela corrigiu dados de uma pesquisa noticiada pela Globonews, na semana passada.
Ao noticiar o resultado de uma pesquisa, a Globonews informou que quase um terço (31%) das publicações no X (antigo Twitter), sobre a tragédia no Rio Grande do Sul, realizadas entre as 10h e 14h da sexta-feira (10), teriam como objetivo descredibilizar o poder público.
Prado disse que participou da pesquisa noticiada pela Globonews e, segundo a pesquisadora, os dados foram manipulados.
“Eu era do grupo de pesquisa e dessa pesquisa em específico, mas fui desligada hoje [terça-feira] depois que corrigi a jornalista”, disse Prado em outra publicação.
Em uma das publicações citadas pelo deputado Nikolas, a pesquisadora Michele Prado faz um alerta aos colegas.
“E a todos (e são muitos, de todos os espectros ideológicos) amigos jornalistas, recomendo cuidado e atenção com a milícia digital criada pela 1ª dama, pois, é um gabinete do ódio muito mais nocivo, virulento e preocupante, pois, pauta o debate público, imprensa e o governo [...] E estão manipulando a opinião pública como bem desejam”, escreveu Prado em seu perfil na rede social X.
O perfil da pesquisadora na rede social X está privado. A Gazeta do Povo não conseguiu verificar se o status da conta foi mudado recentemente. No Instagram, a pesquisadora mantém o perfil aberto.
O grupo mantido pela USP, do qual Michelle Prado fazia parte, integra o GPOPAI (Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas para o Acesso à Informação).
A Gazeta do Povo entrou em contato com a USP para comentar o caso e aguarda retorno.
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