Estados Unidos, China, Turquia ou muito menos o Brasil: na atual conjuntura nenhuma nação é capaz de liderar um processo de paz na Rússia. Esse foi um dos principais pontos debatidos pelos analistas militares da reserva Paulo Roberto da Silva Gomes Filho e Nelson Ricardo Fernandes Silva na estreia do programa "Assunto Capital: Geopolítica", da Gazeta do Povo, na noite de quarta-feira (13).
Paulo Filho é mestre em geopolítica pela Universidade Nacional de Defesa de Pequim e em ciências militares pela Escola de Comando e Estado Maior do Exército. Fernandes é mestre em Gestão de Riscos pela universidade de Manchester e acompanhou a guerra em território russo em 2022. Ambos são oficiais da reserva do Exército.
Veja o programa completo e conheça quais são os maiores riscos geopolíticos que o Brasil enfrenta.
"Não vejo a guerra próxima de um fim. Acho que podemos ter um período de estabilidade durante o inverno [como no último ano]. Esses períodos não são incomuns”, pontua o analista militar Paulo Filho. Com mais de 18 meses de duração, quase 200 mil pessoas já morreram devido ao conflito.
Segundo o analista, o líder russo Vladimir Putin não pode recurar na ofensiva sob pena de ser derrubado do poder. A Europa e os Estados Unidos não podem admitir que Moscou conquiste território usando a força. E mesmo que o Ocidente retirasse o apoio aos ucranianos, o conflito continuaria no formato de uma guerrilha.
Para o especialista, a ideia de “clube da paz”, que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sugeriu coordenar, não teria qualquer efeito prático. Isso porque o Brasil não é uma potência geopolítica para realizar tal feito. Frente a isso, nem mesmo a interferência de países do Ocidente, que possuem força militar e econômica, pesaram para o fim do conflito.
A guerra entre os dois países teve início em fevereiro de 2022, quando a Rússia invadiu a Ucrânia. Desde então, países do Ocidente têm imposto uma série de sanções ao país de Vladimir Putin com o intuito de que ele coloque um fim na guerra.
Sem sucesso e com aumento das ofensivas russas, nações europeias e os Estados Unidos passaram a apoiar a Ucrânia com fornecimento de armas, munições e suporte humanitário. Esse cenário, contudo, pode passar por mudanças nos próximos meses com a chegada no inverno e das eleições nos Estados Unidos.
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