A ministra Nísia Trindade, da Saúde, discutiu nesta terça (16) com o senador Eduardo Girão durante uma sessão da Comissão de Saúde do Senado em que ela foi chamada para prestar esclarecimentos sobre as ações da pasta. A ministra vem sendo pressionada desde o começo do ano tanto pelo governo como pela oposição pela dificuldade em apresentar resultados concretos, embora o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tenha garantido a permanência dela na pasta.
Nísia, inclusive, reiterou que não pensa em deixar o ministério e que tem plena confiança do presidente para seguir no comando da pasta.
Nísia e Girão discutiram em um momento da comissão quando foi questionada sobre a obrigatoriedade da aplicação da vacina da Covid-19 em crianças e quanto à nota técnica divulgada no final de fevereiro que autorizava a intervenção em caso de estupro em qualquer etapa da gestação, excluindo o limite temporal para a prática, fixado em até 21 semanas e 6 dias.
Na época, a nota foi suspensa no dia seguinte e Nísia afirmou que não sabia da publicação.
Girão fez uma longa explanação da pergunta explicando métodos supostamente utilizados para o aborto e ficou sem resposta. O questionamento só foi efetivamente respondido após a réplica. “Foge das perguntas, não respondeu a absolutamente nada [...] vamos ter que chamar de novo”, disparou.
Nísia afirmou que respondeu ao questionamento sobre a vacina da Covid-19, em que a obrigatoriedade é amparada por estudos clínicos e pela Organização Mundial da Saúde (OMS). No caso do aborto, diz que respondeu a um questionamento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre os casos permitidos por lei, que “é o Código Civil da década de 1940 por violência, estupro contra meninas e mulheres, e também os riscos de vida para mãe e a questão da anencefalia”.
“Não há nenhuma contradição e nem poderia haver, senão não seria ministra de Estado entre o que define o presidente Lula afirma, e a política do Ministério. A nota estava em elaboração interna, não havia sido divulgada e estava tramitando, não é uma decisão em termos finais”, afirmou.
A ministra, no entanto, não citou que não soube da divulgação na época, mas teve uma sugestão de Damares Alves (Republicanos-DF) de que poderia estar sendo sabotada internamente no ministério. Pouco depois da divulgação da nota, Nísia chegou a afirmar em uma entrevista à GloboNews que o documento foi vazado por alguém de dentro da pasta, mas sem avançar nas condições, e disse ao Valor que o objetivo do autor era de “criar confusão” para atingí-la.
“Eu falei para a senhora ter cuidado, olha a inteligência que a senhora tem, como eu gostaria de ter o cérebro da senhora. Mas, eu repito: a senhora pode estar sendo sabotada no ministério”, disparou a senadora lembrando que uma das secretárias da pasta, da área de dengue, passou 30 dias de férias em pleno mês de janeiro, quando os casos da doença começaram a subir no país.
Nísia não comentou a fala da senadora. Além da vacina e do aborto, a ministra foi questionada ainda sobre a epidemia e vacinação contra a dengue, a crise nos hospitais federais do Rio de Janeiro, a crise sanitária dos indígenas Yanomamis, entre outros temas.
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF
Deixe sua opinião