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As recentes crises no Ministério da Saúde estão impactando nas demissões de alguns secretários e coordenadores da pasta. Até o momento, já foram contabilizadas 6 demissões na gestão da ministra Nísia Trindade, em pelo menos 10 dias, segundo informações do Poder360.
A última demissão foi da coordenadora-geral de Vigilância das Doenças em Eliminação, Sandra Maria Barbosa Durães. A exoneração sairá no Diário Oficial da União (DOU) nos próximos dias. O caso ocorreu após a escassez de medicamentos para o tratamento de hanseníase.
O primeiro a ser demitido neste ano foi o diretor do Departamento de Gestão Hospitalar, Alexandre Telles, no dia 18 de março, depois do presidente Lula cobrar uma solução para o cenário de crise em hospitais federais do Rio de Janeiro.
Já no dia 25 de março, foi confirmada a demissão da diretora do Departamento de Atenção Primária à Saúde Indígena, Carmem Pankararu. A decisão "já estava prevista", segundo o secretário da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), Weibe Tapeba, e ocorreu devido a "necessidade de ajustes na equipe”.
Também foram demitidos nos últimos dias: Nésio Fernardes, da Secretaria de Atenção Primária; Helvécio Magalhães, da Secretaria de Atenção Especializada à Saúde; Andrey Roosewelt Chagas, diretor de Prevenção e Promoção da Saúde.
A situação de Nísia à frente da pasta se agravou diante do aumento da dengue no país, que ultrapassou mais de 2 milhões de casos apenas em 2024, e a reação à nota técnica pró-aborto do Ministério da Saúde, mesmo após a suspensão da medida. O documento permitia a interrupção da gravidez a qualquer momento em caso de estupro. Mas o documento foi suspenso em menos de 24 horas depois da publicação - após a pressão de diversos setores da sociedade e de parlamentares da oposição contra a medida.
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