ONG, presidida por Luciane Barbosa Farias, conhecida como a “dama do tráfico amazonense”, pede doações por Pix nas redes sociais.| Foto: Reprodução/Instagram Luciane Barbosa Farias.
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A Associação Instituto Liberdade do Amazonas, presidida por Luciane Barbosa Farias, conhecida como a "dama do tráfico amazonense", pede doações por Pix nas redes sociais. Em maio, Luciane foi recebida no Ministério da Justiça como presidente da entidade que trabalha em defesa dos direitos dos presos. Ela é casada com Clemilson dos Santos Farias, conhecido como Tio Patinhas, líder do Comando Vermelho no Amazonas, que está preso desde dezembro do ano passado.

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Segundo a Polícia Civil do Amazonas, a ONG atua em prol dos detentos ligados à facção criminosa. A organização também seria financiada com dinheiro do tráfico, revelou o Estadão. “Pelas imagens extraídas do celular, é possível afirmar que a facção CV financia todas as despesas da Associação, tais como: pagamentos de aluguel de casa, conta de água, conta de luz, internet, plano de chips, créditos de chip, contador, salários de assistente social, salários de advogadas, salários de funcionários, seguro conta, material de limpeza e papelaria, gasolina e passagem dos funcionários”, diz trecho do relatório da Polícia Civil.

Nesta quarta-feira (15), a associação pediu doações de “Pix solidário” em postagem no Instagram. “Nas adversidades, famílias lutam com resiliência. Nos presídios, desafios clamam por reformas. Vamos juntos promover solidariedade e construir um futuro mais justo. Contribua para fazer a diferença! Juntos, podemos transformar pequenos gestos em grandes impactos! Sua contribuição no Pix solidário faz toda a diferença na construção de um futuro mais solidário e esperançoso. Vamos unir forças para fazer o bem! Todo valor é bem-vindo!”, diz a entidade.

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Além dos encontros com membros do Ministério da Justiça, ela se reuniu com os deputados federais Guilherme Boulos (PSOL-SP) e André Janones (Avante-MG); com o ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST) Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, em seu gabinete no Conselho Nacional de Justiça (CNJ); também participou de um evento do Ministério dos Direitos Humanos (MDH) e teve a viagem paga a Brasília pela própria pasta.

Segundo o MDH, o Comitê Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (CNPCT), vinculado a pasta, custeou as despesas de Luciene e a indicação dos participantes do evento era de responsabilidade exclusiva dos comitês estaduais, que possuem autonomia administrativa e orçamentária.

Luciane e o marido foram condenados em segunda instância por lavagem de dinheiro, associação para o tráfico e organização criminosa, mas ela responde ao processo em liberdade. Após os encontros se tornarem públicos, Luciene afirmou que não é “faccionada de nenhuma organização criminosa” e que vem “sendo criminalizada pelo fato de ser esposa de um detento”.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]