A carta em que o candidato da oposição Edmundo González pede para ser proclamado presidente da Venezuela é avaliada com preocupação nos bastidores do Ministério das Relações Exteriores. O receio do Itamaraty, segundo fonte ouvida reservadamente pela Gazeta do Povo, é de que a recente posição adotada por González, reforçando ter sido ele o eleito em 28 de julho, desfavoreça o diálogo com o regime chavista para chegar a um consenso sobre o pleito presidencial.
Na madrugada do dia 29 de julho, horas após as votações, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), controlado pelo regime chavista, anunciou a vitória de Maduro com 51% dos votos contra 44% do principal candidato da oposição. O órgão eleitoral, contudo, não divulgou os comprovantes de votação e gerou desconfiança sobre o resultado anunciado.
Na carta assinada por González e pela líder da oposição, Maria Corina Machado – inabilitada a concorrer eleições na Venezuela por 15 anos –, ambos reiteraram que a oposição venceu. “Obtivemos 67% dos votos, enquanto Nicolás Maduro obteve 30%. Essa é a expressão da vontade popular. Vencemos em todos os estados do país e em quase todos os municípios”, escreveram.
Oficialmente, o Brasil não reconheceu os resultados divulgados pelo CNE que dão a reeleição para o ditador Nicolás Maduro, tampouco apoiou a oposição venezuelana. Ao lado de Colômbia e México, o país tem buscado o diálogo entre o regime chavista e a oposição para encontrar uma solução pacífica sobre eleições do último dia 28. Na avalição interna do Itamaraty, decisões unilaterais ou extrarregionais não facilitam o caminho para este processo.
Brasil ainda aguarda publicação das atas eleitorais da Venezuela
Em um processo eleitoral marcado por irregularidades, a oposição contesta o resultado do pleito que anunciou o ditador Nicolás Maduro como vitorioso. O Brasil espera a divulgação das atas eleitorais pelo CNE para se posicionar sobre o pleito e evita comentar os dados divulgados pela oposição que supostamente comprovam a vitória de Edmundo González.
A divulgação dos chamados "dados desagregados por mesa de votação" é colocada como condicionante pelo governo brasileiro e outros países da região para reconhecerem os resultados divulgados pelo CNE.
De acordo com a agência de notícias AFP, o órgão eleitoral teria entregue tais atas à Corte Suprema da Venezuela nesta segunda (5). O Itamaraty, até o momento, contudo, não teve acesso à documentação.
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