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No programa Última Análise desta terça-feira (22), o tema foi a nota oficial do ministro Luis Roberto Barroso para a revista inglesa The Economist. Após as críticas do periódico à concentração de poder do Supremo Tribunal Federal (STF), sobretudo pela atuação de Alexandre de Moraes, Barroso defendeu o colega. Segundo o jornalista Leandro Narloch, tal atitude se deu apenas por "interesses egoístas e materiais."
Ainda, o jurista André Marsiglia afirmou que, caso os ministros não defendessem Moraes, isso poderia "custar muito caro". Ele explica que a atuação de Alexandre criou uma dinâmica de dependência e receio dentro do STF, tornando-o uma figura central e, de certa forma, alguém com quem não se pode simplesmente romper.
Já o cronista da Gazeta do Povo Paulo Polzonoff Jr. lembra que os ministros têm uma "imensa dívida" e "medo" em relação a Moraes, devido ao conhecimento que detém dos bastidores do órgão. Polzonoff afirma que, se ele fosse traído, poderia revelar informações comprometedoras.
Credibilidade institucional em ruína
Na mesma nota, o ministro Barroso se defendeu dizendo que "não existe uma crise de confiança" em relação ao STF e citou pesquisa DataFolha, em que 35% dos entrevistados disseram "confiar um pouco" no órgão. Porém, Polzonoff afirma que "quem confia pouco não confia nada" e Marsiglia provoca: "Você vai deixar o seu dinheiro num banco em que você confia pouco?".
Narloch também aponta o duplo padrão de julgamento de Barroso em relação às pesquisas, lembrando que o ministro sempre disse que a Corte não precisava ser popular. Porém, mudou de posição quando as pesquisas lhe favoreceram. "Não faz muito sentido," diz o jornalista.
"Confiança significada credibilidade. Eles têm credibilidade institucional?", indaga Marsilia em relação ao STF. "Se existe 99% de pessoas que confiam e 1% que não confia eles deviam estar preocupados", afirma.
O programa Última Análise faz parte do conteúdo jornalístico ao vivo da Gazeta do Povo, no YouTube. O horário de exibição é das 19h às 20h30, de segunda a quinta-feira. A proposta é discutir com mais reflexão, e menos paixão, os grandes temas desafiadores para o futuro do país.
