A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados deve votar na manhã desta quarta-feira (20) a PEC da 2ª instância, a proposta de emenda à Constituição que autoriza a prisão de réus após a condenação em dois graus da Justiça.
O texto que será analisado pelos deputados será diferente do inicialmente apresentado pelo deputado Alex Manente (Cidadania-SP), que havia recebido críticas por supostamente violar uma cláusula pétrea da Constituição.
A nova PEC da 2ª instância altera os artigos 102 e 105 da carta magna, que tratam, respectivamente, das atribuições do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Pela proposta, os recursos extraordinário e especial, que são apreciados pelas cortes superiores, são transformados em ações revisionais. Com a mudança, os condenados em segunda instância já podem passar a cumprir pena de prisão, visto que o trânsito em julgado já estaria esgotado.
A proposição inicial de Manente fazia modificações no artigo 5º da Constituição, que é o que trata dos direitos fundamentais dos cidadãos. Justamente por propor alteração no trecho que aborda os direitos fundamentais, juristas e parlamentares de diferentes partidos haviam levantado a possibilidade de desrespeito à cláusula pétrea.
Agora, as duas proposições serão apensadas – isto é, vão tramitar de forma conjunta. O entendimento de defensores da iniciativa é que o apensamento amplifica as possibilidades de aprovação. A relatoria da PEC da 2ª instância é da deputada Caroline de Toni (PSL-SC).
Se a proposta for aprovada na CCJ, seguirá para análise de uma comissão especial da Câmara.
Adiamento da PEC da 2ª instância pegou deputados de surpresa
A análise da PEC sobre a prisão em segunda instância era o primeiro tópico da reunião da CCJ agendada para o início da tarde desta terça-feira (19). A suspensão do tema se deu quando os parlamentares perceberam a dificuldade para a aprovação do texto original.
Mesmo com a interrupção temporária dos trabalhos, a possibilidade de votação ainda na tarde ou na noite de terça permaneceu ao longo de todo o dia – a ponto de a sessão da CCJ não ter sido formalmente encerrada mesmo após as 21 horas e com o período de votações em plenário ter sido iniciado.
Deputados que conversaram com a Gazeta do Povo relataram terem sido pegos de surpresa com a decisão do presidente da CCJ, Felipe Francischini (PSL-PR), de não promover a votação. Os mesmos deputados, entretanto, avaliaram que a decisão foi acertada, em razão da imprevisibilidade que ronda o tema.
Com o adiamento, a CCJ acabou deliberando sobre outros dois temas: a reformulação da Previdência dos militares e a permuta de juízes entre diferentes unidades da federação. As propostas não motivaram disputa entre os parlamentares, e a sessão da CCJ acabou transcorrendo sem embates – o que é raro no cotidiano da comissão, e chegou a motivar brincadeiras entre os integrantes.
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF