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Guido Mantega
Guido Mantega é mal visto no mercado pela recessão no governo Dilma| Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

O Partido Novo protocolou na Procuradoria-Geral da República (PGR) um pedido para investigar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, pela tentativa frustrada de colocar o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega na presidência da Vale. Nas últimas semanas, em nome de Lula, Silveira ligou para acionistas da mineradora para defender a nomeação do petista no cargo de CEO, o que fez as ações caírem.

Com base em notícias publicadas na imprensa, o Novo aponta constrangimento ilegal, em razão de supostas ameaças veladas de que a companhia poderia ter problemas junto ao governo em caso de recusa, como na obtenção de licenças e de concessões minerárias.

O Novo destacou a manifestação da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, em defesa de Mantega. Ela postou nas redes que “pouquíssimos brasileiros são tão qualificados” para o cargo quanto Mantega. Além de não ter qualquer experiência na área, o ex-ministro foi um dos responsáveis por uma das maiores recessões na economia, durante o governo Dilma Rousseff (2011-2016).

“Incumbe à Procuradoria-Geral da República atuar para promover a colheita dos eventuais elementos de informação para robustecer os indícios ora fornecidos na presente representação criminal e, com isso, apurar a conduta dos ora representados”, diz o partido.

“Agir de forma distinta é o mesmo que ‘dar um cheque em branco’ aos governantes de situação de atuar fora dos lindes legais e constitucionais, com a finalidade de tão somente promover seus interesses pessoais e de seu grupo político, o que não tolerável em relação ao dinheiro público dos contribuintes e, muito mais, em face de sociedades privadas cuja gestão cabe apenas ao seu Conselho de Administração”, acrescenta o Novo.

Nesta sexta (26), em entrevista à imprensa, Silveira negou que tenha feito pressão, em nome de Lula, pela nomeação de Mantega. Afirmou que o presidente queria a reparação aos afetados tragédia de Mariana, e que a exploração das riquezas minerais do país seja feita de modo sustentável.

O conselho de administração da Vale se reúne na próxima terça (30). A Previ, fundo de previdência dos funcionários do BB, é o maior acionista individual da companhia – detém 8,7% das ações e dois assentos no colegiado.

Outros acionistas relevantes da Vale são a japonesa Mutsui, com 6,3% das ações, o fundo americano BlackRock, com 5,8% e a Cosan, gigante com negócios em açúcar e álcool, que comprou 4,9% das ações no ano passado.

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