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O jornalista Hélio Doyle, novo presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), defende continuar tratando o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) como “golpe” nas matérias relacionadas ao tema divulgadas nos canais de comunicação pública do governo federal.
O jornalista Hélio Doyle, novo presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), defende continuar tratando o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) como “golpe” nas matérias relacionadas ao tema divulgadas nos canais de comunicação pública do governo federal.| Foto: Divulgação/EBC Comunicação

O jornalista Hélio Doyle, anunciado na última semana como o novo presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) - agência pública de comunicação do governo federal - defendeu continuar tratando o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) como um “golpe” nas matérias relacionadas ao tema divulgadas nos canais oficias da estatal. A declaração foi feita durante entrevista publicada nesta quarta-feira (1) pela Folha de S.Paulo. (Entenda porque o impeachment de Dilma não foi golpe)

Recentemente o site da EBC classificou o impeachment da ex-presidente Dilma como “golpe de 2016”. Após o episódio, o governo Lula foi denunciado ao Ministério Público Federal (MPF). Em viagem recente para a Argentina, Lula também reforçou a narrativa criada pelo partido, afirmando em discurso que o impeachment de Dilma foi um “golpe de Estado.”

“Hoje está provado que as pedaladas (fiscais) não existiram. Elas foram um pretexto para afastar uma presidente que estava desagradando o Congresso. Então é uma questão de concepção. Se depender de mim, vai continuar falando que foi golpe. Gostem ou não gostem”, afirmou Doyle.

Segundo o jornalista, o tema será discutido na linha editorial da empresa, mas, se depender dele, vai continuar sendo difundido dessa maneira. “Não é só o tanque na rua, foram desenvolvidas novas formas de golpe, em que se usa instrumentos jurídicos e parlamentares para afastar um governante eleito legitimamente”, afirmou.

Ainda de acordo com Doyle, o governo anterior “desmantelou” a EBC, que perdeu diversas de suas características essenciais. “Tentaram levar a EBC para um lado de máquina de propaganda governamental. Queremos recuperar esse sentido de comunicação pública”, afirmou o jornalista.

EBC quer “mostrar a verdade”

Doyle afirmou ainda que a nova linha editorial da EBC não tem pretensão de atingir os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mas que a emissora estatal tem um grande potencial para chegar a todos os outros públicos e que pode combater as fake news sobre o governo federal “mostrando a verdade e desmentindo as mentiras pelos processos jornalísticos.”

“Gosto de ser realista, não gosto de ficar me iludindo. Calculo que 20% da população é isso: que reza para pneu, acredita que (o ministro) Alexandre de Moraes foi preso, que o Lula já morreu e agora é um sósia. Não é que a gente não queira. Se a gente puder chegar neles, mostrar a realidade, ótimo. Eles falam que não assistem à Globo porque é mentirosa. Imagina a gente que é canal de governo? Só fui realista. Agora todo o resto é nosso público potencial”, declarou.

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