Um dia depois de protocolar a ADPF 1188 contra a suspensão do X, o partido Novo apresentou nesta terça-feira (3) um aditamento em razão da decisão proferida pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que referendou a decisão monocrática do ministro Alexandre de Moraes sobre o bloqueio do X.
O Novo decidiu apresentar o aditamento para a ação não perder o objeto, de modo que a Corte possa rever a decisão colegiada proferida pela Primeira Turma.
Conjuntamente, o Novo pede agora para que o plenário do Supremo desbloqueie as contas da Starlink. Segundo o partido, Moraes não tinha a previsão de submeter a decisão dele sobre a Starlink para o Pleno. E agora, o Novo força para que esse processo também seja discutido pelos outros ministros.
Por determinação jurídica, "o Novo apresenta o aditamento para que o ministro relator da ADPF 1188, Kássio Nunes Marques, aprecie a decisão da Primeira Turma em caráter monocrático ou a submeta ao plenário da Suprema Corte. Sendo que os cinco membros da Primeira Turma se tornam automaticamente impedidos de participar do julgamento em plenário, por já terem julgado a causa impugnada no colegiado da Turma".
Outro ponto levantado no aditamento do partido Novo diz respeito a decisão do ministro Alexandre de Moraes que determinou o bloqueio das contas bancárias e ativos de empresas ligadas à Starlink, incluindo veículos, embarcações e aeronaves.
O Novo alerta que as duas ações possuem "nexo causal, pois a decisão da Starlink foi anterior a suspensão do X e da aplicação das multas a todos os brasileiros que utilizarem o VPN para acessar a rede social. Portanto, uma decisão gera impacto direto na outra".
“Essas decisões violam diversos preceitos fundamentais da Constituição, como o princípio da legalidade, o devido processo legal, o contraditório e a ampla defesa. O bloqueio das atividades do X Brasil e a responsabilização de empresas autônomas, que não possuem nenhuma relação direta com a rede social em questão, como a Starlink, são desproporcionais e carecem de fundamentação legal”, afirmou o presidente do Novo, Eduardo Ribeiro.
O Partido Novo pede a concessão de medida liminar para suspender essas decisões, que considera "violadoras dos direitos constitucionais".
Censura ao X
O banimento do X aconteceu depois que a plataforma não atendeu uma determinação de Moraes que pedia a indicação de um responsável legal no Brasil.
A decisão faz parte de um inquérito que envolve o empresário Elon Musk, sócio do X.
Em abril, Alexandre de Moraes determinou que Musk fosse investigado pelos crimes de obstrução à Justiça, organização criminosa e incitação ao crime.
Analistas ouvidos pela Gazeta do Povo apontam que a decisão do ministro do STF viola leis e cria nova espécie de ato jurídico, expondo o Brasil ao “ridículo internacional” pela forma como foi feita a intimação que originou a derrubada da plataforma.
Musk tem denunciado "ordens ilegais" de Moraes para censurar perfis da rede social. Ainda, segundo Musk, com ajuda de ex-funcionários da rede social, Moraes também teria interferido nas eleições de 2022.
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF
Deixe sua opinião