Personagem emblemático do início da Lava Jato, em 2014, o doleiro Alberto Youssef foi condenado a 122 anos de prisão. Mas devolveu aos cofres públicos R$ 50 milhões e ficou apenas três anos preso. Desde março de 2017 está livre por causa do acordo de delação premiada que fechou com a Lava Jato – que permitiu a descoberta do maior esquema de corrupção da história. Apesar da liberdade, Youssef tem de prestar contas a cada dois meses à Justiça. E, no último desses relatos, ele afirma que tem "estudado o mercado financeiro", está "cuidando da saúde" e concluindo seu livro – além de continuar a colaborar com investigações.
"Em razão das limitações de horário, viagens, finais de semana e feriados pela Justiça e pelo Poder Judiciário, não tenho exercido nenhuma atividade laborativa além de atender os compromissos oficiais com o MPF , MP e JF, comparecendo as audiências e depoimentos", relatou o doleiro em 15 de março, referindo-se ao Ministério Público Federal, ao Ministério Público e à Justiça Federal.
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"Tenho estudado o mercado financeiro por um bom tempo do dia. Trabalhando em término do livro com jornalista que o escreve. Cuidando da saúde em virtude do problema cardíaco. Médico, exames etc."
Operador de propinas
O doleiro foi acusado de ser o principal operador de propinas no bilionário esquema de corrupção na Petrobras. As revelações de Youssef e do ex-diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, transformaram as investigações sobre duas obras de refinarias da estatal – Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco, e Getúlio Vargas (Repar), no Paraná – provocando uma enxurrada de delações.
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Pelo acordo de delação, para manter seus benefícios, Youssef não poderá voltar a cometer outros crimes. Se fizer isso, voltará a responder às ações da Lava Jato sobre crimes que ainda não tenham prescrito.
Youssef cumpre pena em regime aberto desde 17 de março de 2017. O delator já havia passado 3 anos em regime fechado em Curitiba, base da Lava Jato.