Seis brasileiros foram presos nesta segunda-feira (11) na cidade de Pedro Juan Caballero, no Paraguai, como resultado da investigação do assassinato de quatro pessoas, no último sábado (09). Entre as vítimas do crime está a filha de Ronald Acevedo, governador do departamento paraguaio de Amambay.
Além da filha do governador, que se chamava Haylee Carolina Acevedo Yunis e tinha 21 anos, outras duas jovens brasileiras, que eram colegas de turma da paraguaia na faculdade de medicina, e um homem morreram no ataque.
A polícia paraguaia cogita, entre outras hipóteses, a possibilidade de que um acerto de contas entre grupos de traficantes de drogas possa ser o motivo do crime. O homem morto seria o verdadeiro alvo do ataque.
O grupo estava saindo de uma festa em uma casa noturna de Pedro Juan Caballero, na madrugada de sábado (09), quando foi baleado por desconhecidos que os esperavam.
Horas antes da chacina, vereador foi assassinado
Horas antes do ataque na casa noturna, ainda na tarde de sexta-feira (08), um vereador da cidade de Ponta Porã (MS), no lado brasileiro da fronteira, foi morto a tiros enquanto andava de bicicleta.
Farid Charbel Badaoui Afif tinha 37 anos. O autor dos disparos estava em uma moto.
A Câmara Municipal de Ponta Porã (MS) emitiu uma nota de pesar pela morte do político. "É com imenso pesar que esta Casa de Leis comunica a morte do Vereador Farid Afif, ocorrido nesta data, 08 de outubro. Neste momento de dor e luto, rogamos a Deus, que conforte os corações de seus familiares e amigos".
Farid Afif era líder do prefeito no Legislativo. Em entrevista neste domingo ao portal G1, o prefeito da cidade, Hélio Peluffo (PSDB), disse não acreditar que a morte do vereador tenha alguma relação com o crime organizado ou questões políticas.
"Acredito que não tenha relação nenhuma com o Paraguai, nem com o crime organizado, nem questão política. Ele era uma pessoa tranquila, pai de família, três filhos, focado no trabalho, bem posicionado", disse o prefeito, na entrevista ao portal.
Governador paraguaio critica governo do país
Ronald Acevedo, governador do departamento de Amambay e pai de uma das vítimas da série de assassinatos, é filiado ao Partido Liberal e opositor do governo do presidente paraguaio Mario Abdo Benitez.
Acevedo criticou o presidente, que é do Partido Colorado, e o ministro do Interior, Arnaldo Giuzzio, pelos casos de violência que vêm ocorrendo na região.
"Eles (as vítimas) estavam no novo Sinaloa do México chamado Pedro Juan Caballero (...). É um mercado livre da morte, um mercado livre de drogas", disse ele à uma emissora de rádio.
Além disso, ele também acusa o governo de ter perdido credibilidade e de estar mais preocupado com as eleições municipais que foram realizadas ontem (10) do que com os crimes na região.
Irmão do governador é prefeito de Pedro Juan Caballero
O irmão do governador, José Carlos Acevedo, também Liberal, foi reeleito prefeito de Pedro Juan Caballero.
Outro irmão do governador, que era senador, chamado Robert Acevedo, escapou ileso de um atentado em 2010, no qual duas pessoas morreram.
Robert Acevedo, que morreu este ano em decorrência da Covid-19, denunciou que o ataque foi orquestrado por grupos ligados ao tráfico de drogas.
A região tem um histórico de casos de violência. Segundo a Folha de São Paulo, no início deste mês o corpo de um brasileiro foi encontrado na cidade de Pedro Juan Caballero, a apenas cinco quilômetros da fronteira com o Mato Grosso do Sul.
Segundo a Polícia Nacional do Paraguai, a vítima foi deixada no local por um carro e o corpo tinha sinais de tortura - havia um corte no abdômen e ela foi decapitada.
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