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Procurador Deltan Dallagnol, ex-coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba.
O ex-procurador da Lava Jato, Deltan Dallagnol| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo/Arquivo

Ao comentar sobre a nova ordem de prisão contra o tenente-coronel Mauro Cid - ex-ajudante de Ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o ex-procurador da Lava Jato e ex-deputado, Deltan Dallagnol, disse que “o Supremo segue sendo supremo, colocando-se acima da lei” e que “o Supremo pode tudo”.

Cid foi preso novamente na tarde desta sexta (22) após prestar esclarecimentos ao Supremo Tribunal Federal (STF) sobre as supostas críticas que teria feito ao ministro Alexandre de Moraes e à Polícia Federal, de acordo com gravações divulgadas nesta quinta (21) atribuídas a ele.

Os áudios revelam que Cid teria sofrido "pressão" da autoridade para assinar o acordo de delação premiada em setembro do ano passado. 

“Mauro Cid volta a ser preso ilegalmente. Já cumpre prisão de mais de 5 meses sem acusação criminal, quando o máximo é 40 dias, o que foi sempre estritamente respeitado na Lava Jato. Se não há os dois requisitos para denunciar (prova da existência do crime + indícios de autoria), não tem os requisitos para prender (prova da existência de crime + indícios de autoria + um dentre 4 situações legais que mostram que a liberdade constitui um risco à sociedade, como destruição de provas). Assim, a duração da prisão ilegal, sem acusação formal, mostra que foi preso para delatar”, escreveu Deltan na rede social X.

De acordo com Deltan, a nova ordem para prender Cid “adiciona uma nova evidência da ilegalidade da prisão”.

“Por que ontem não havia os requisitos da preventiva e agora existem? O que mudou senão o enfraquecimento da própria delação? Contudo, isso não é requisito de preventiva. Qual das 4 situações legais que justificam a preventiva não estava presente ontem e surgiu de ontem para hoje? [...] A acusação de irregularidades praticadas pela PF e STF pode ser considerada obstrução de investigações? Se assim fosse, Lula tinha que estar preso durante toda a Lava Jato. Além disso, e se a acusação for verdadeira? No mínimo, deveria ser confirmada a falsidade da alegação, numa investigação por órgão imparcial”, completou Deltan.

Em outra publicação, Deltan disse que as alegações de Cid divulgadas no áudio precisam ser investigadas pelo Senado.

Nesta quinta-feira (21), como noticiado pela Gazeta do Povo, Deltan disse que o áudio de Cid “destrói a credibilidade da PF e do STF no caso contra Bolsonaro”.

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