A recusa dos Estados Unidos em apoiar neste momento o ingresso do Brasil na Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), o clube das nações ricas, tira do país a possibilidade de obter benefícios indiretos na cena internacional – especialmente na economia. Ao menos por enquanto.
Os Estados Unidos, embora tenham se comprometido a indicar o Brasil para a OCDE, na primeira oportunidade de sugerir novos países para o "clube", indicaram Argentina e Romênia. Posteriormente, os norte-americanos ressaltaram que mantêm o compromisso de apoiar o ingresso do Brasil.
A OCDE funciona como um centro de discussão dos países desenvolvidos sobre as melhores políticas públicas em uma série de áreas: economia, educação, saúde, segurança, meio ambiente, entre outras. As nações que fazem parte desse clube, ao ingressarem nele, se comprometem a adotar boas práticas em todos esses setores. Por isso, quando um país entra na organização, ganha uma espécie de “selo de qualidade” perante a comunidade internacional. Agora, o Brasil perdeu a perspectiva de obter esse "certificado".
Quando o presidente americano Donald Trump prometeu apoiar o ingresso do Brasil na OCDE, em março, durante visita do presidente Jair Bolsonaro aos Estados Unidos, analistas avaliaram que os principais benefícios que os brasileiros passariam a ter seriam econômicos.
Fazer parte da organização significa ganhar credibilidade econômica. E isso iria melhorar a percepção dos investidores sobre o Brasil; facilitar a assinatura de acordos comerciais; reduzir o risco de perda do grau de investimento; diminuir o custo de captação de empréstimos; alinhar o sistema regulatório brasileiro às práticas internacionais; e melhorar a gestão interna, com maior controle dos gastos públicos.
Em documento publicado em 2018, ainda durante o governo do ex-presidente Michel Temer, a Casa Civil afirmou que a adesão à OCDE significava “sinalização clara ao mercado e à comunidade internacional do compromisso do Brasil com uma economia aberta, previsível, responsável e transparente”.
Ao virar membro, o Brasil também sairia do papel de observador e passaria a ter voz na construção das regras e normas internacionais adotadas por diversos países.
O apoio dos Estados Unidos ao ingresso do Brasil na OCDE foi acertado sob uma condição que o governo Bolsonaro aceitou: o país abrir mão do tratamento especial a que tinha direito em demandas na Organização Mundial do Comércio (OMC).
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